Rebecca Romero ganha prova no ciclismo em Pequim depois de obter medalha no remo há quatro anos

DO ENVIADO A PEQUIM

Há quatro anos, a britânica Rebecca Romero, 28, usou os braços e remos para subir ao pódio de uma Olimpíada. Ontem, foram as pernas e rodas que a levaram a outra medalha.
Num dos mais espetaculares casos de troca de modalidade, Rebecca agora é medalhista olímpica no remo e no ciclismo -é a primeira vez que um britânico conquista esse feito.
Em Atenas, ela estava na equipe do skiff quádruplo do Reino Unido, que foi prata.
Mas, descontente com a rotina de treinamentos da modalidade no seu país e com problemas nas costas, resolveu trocar de esporte. E foi radical.
Sem nunca antes ter disputado provas de ciclismo em nível competitivo, Rebecca migrou para a modalidade quando já tinha 25 anos. Os resultados não demoraram para aparecer.
Dois anos depois, ela já era vice-campeã mundial de perseguição individual. Neste ano, venceu a prova individual e também por equipes. Ontem, triunfou de novo na perseguição individual, na qual sua adversária é uma compatriota com quem divide treinador e alojamento na Vila Olímpica.
"Eu, totalmente, sempre acreditei em mim", afirmou Rebbeca, que, ao deixar o remo, criticou a rotina do esporte.
Ela disse que a modalidade opera sob um "sistema draconiano no qual os atletas são infelizes e tratados como crianças na escola e são incapazes de atingir todo seu potencial". Segundo ela, outros atletas britânicos pensam da mesma forma.
Na sua nova modalidade, Rebbeca tem um corpo bem diferente do padrão: tem braços e tronco avantajados, típicos de uma remadora.
E ela tem novos planos ambiciosos. Ela diz que pensa em tentar um novo esporte após a Olimpíada de Pequim.
"Acho que chegou a hora de aumentar o horizonte um pouco mais. Pode ser um esporte de inverno. Não quero esperar outro ciclo olímpico inteiro." (PC)


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