DA ENVIADA A PEQUIM

Com o ouro nos 50 m livre, a natação brasileira alcançou seu resultado mais relevante em Olimpíadas. No Cubo d'Água, a equipe também atingiu inéditas seis finais e três recordes olímpicos.
Os resultados positivos, porém, escondem uma particularidade. Apesar de ter figurado em mais provas decisivas e obtido medalhas e marcas importantes, a seleção foi dependente de um restrito número de nadadores. Além disso, as mulheres não mostraram os mesmos feitos nem provaram sua evolução em nível mundial.
Nos Jogos de Atenas-04, o Brasil chegou a cinco finais, com quatro nadadores diferentes e mais o revezamento feminino 4 x 200 m livre.
Em Pequim, após o primeiro ciclo olímpico completo com a Lei Piva, quatro atletas responderam pelas finais: Kaio Márcio, César Cielo (duas), Thiago Pereira (duas) e Gabriella Silva.
Os recordes olímpicos também foram apenas de um atleta, Cielo, único a subir no pódio -ouro nos 50 m e bronze nos 100 m livre.
Há quatro anos, Joanna Maranhão e Flávia Delaroli foram às finais dos 400 m medley e 100 m livre, respectivamente. Agora, nenhuma delas passou das seletivas.
O revezamento feminino também não se classificou. A equipe fez apenas o décimo tempo da eliminatória.
Os principais feitos ficaram a cargo de um só nadador. A última vez que o Brasil teve mais de um medalhista nos Jogos foi em Atlanta-96, com Gustavo Borges e Fernando Scherer. Na mesma edição, Scherer também havia ganho a última medalha individual do país. Na Olimpíada de Sydney-00, o 4 x 100 m livre levou o bronze.
A Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos festejou a campanha e lançou em março um plano para detecção e acompanhamento de talentos até Londres-12.
"Vivemos um evento divisor de águas. A tecnologia atua forte e vai cada vez mais fazer a diferença. Só com este grupo em Pequim, fizemos mais de 4.000 análises e incontáveis testes", disse o supervisor técnico Ricardo de Moura.0 (ML)

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