São Paulo, quarta-feira, 18 de agosto de 2010

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TOSTÃO

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O esquema com um atacante de cada lado e um centroavante tem suas vantagens e desvantagens


O INTERNACIONAL é o favorito para conquistar a Libertadores hoje. Mas nada está decidido. Contra a Universidad de Chile, o Chivas jogou melhor fora do que em casa. O mesmo já aconteceu em outras decisões.
O perigo maior não é o Inter achar que já ganhou, por causa da euforia da torcida e da mídia.
O perigo maior e mais comum são os jogadores não suportarem a ansiedade e a responsabilidade de, em casa, sentirem-se obrigados a ser campeões. Foi o que ocorreu com o Cruzeiro, no Mineirão, contra o Estudiantes, no ano passado. Os jogadores, nervosos, erravam passes de três metros.
Assim como a nova seleção brasileira, o Corinthians dirigido por Mano Menezes, o Santos, a nova seleção argentina e outros times brasileiros, o Inter adotou o esquema tático da moda na Europa, com um jogador de cada lado, marcando e atacando.
Para esse esquema funcionar bem, os jogadores precisam ter características de atacantes, não se limitar a atuar fixos pelos lados e ainda entrar pelo meio para fazer gols. Se eles tiverem características de armadores e forem lentos, como Tcheco e Danilo, não funciona. O centroavante fica isolado.
Uma desvantagem de se jogar dessa forma é perder a dupla de atacantes, como a do Fluminense, com Emerson e Washington, que se entendem muito bem.
Diferentemente do São Paulo, tricampeão brasileiro, o Fluminense joga em um estilo mais leve e de troca de passes. Se o Flu continuar muito bem até o fim do Campeonato Brasileiro, mesmo não sendo campeão, Muricy vai mostrar que sabe armar um bom time de várias maneiras. Ele, que já é um excelente treinador, será ainda melhor.

CONSELHOS
Não sei se é melhor Neymar ir agora para a Europa. Não sou um bom vidente nem um bom conselheiro. A vida não tem regras. A experiência de um jogador não serve para outro. Não é só Neymar que está com dúvidas. Muitas coisas importantes em nossas vidas são decididas também na dúvida. Tudo é incerto.
Há várias razões para não sair e para sair. Algumas delas são a violência e o tipo de marcação. Os europeus e os norte-americanos, como vimos no amistoso contra o Brasil, marcam por setor, preocupados com os espaços na defesa.
No Brasil, principalmente contra jogadores habilidosos e dribladores, a marcação é no corpo, na pegada, na pancada. Neymar domina a bola e recebe uma trombada. Aqui, a chance de contusão é muito maior.


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