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Corinthians indicará impeachment de Dualib
Comissão processante considera frágil defesa do cartola e de seu vice Nesi Curi
Membros do grupo que investiga a gestão Dualib esperam entregar nesta semana minuta de relatório ao presidente do Conselho
EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
O Corinthians caminha para
pôr fim a uma administração
que já dura 14 anos.
Após receber e analisar a defesa do presidente Alberto
Dualib e de seu vice Nesi Curi,
ambos afastados dos cargos, a
comissão processante que investiga a gestão do dirigente à
frente do Corinthians chegou à
conclusão de que o impeachment dos dois cartolas é a melhor alternativa para o clube.
Em uma reunião realizada
ontem, a decisão seria oficializada. Ela foi tomada após a leitura do documento de defesa
de Dualib e Curi. Os membros
do grupo consideraram seus argumentos frágeis demais para
sustentá-los em seus cargos.
Para tentar evitar que o processo de destituição tenha
prosseguimento no Parque São
Jorge, o presidente e seu vice
afastados se apoiaram basicamente em um único argumento, o de que o clube não pode
julgá-los e condená-los antes
de qualquer esfera judicial.
E usam como exemplo o processo na Justiça Federal, em
que ambos são acusados de lavagem de dinheiro e formação
de quadrilha, mas que ainda está na fase de ouvir os acusados
-Dualib e Curi já depuseram.
Segundo membros da comissão, a defesa de Dualib e Curi
que foi entregue ao grupo não
leva a assinatura de nenhum
advogado, apenas dos dois dirigentes investigados.
A Folha tentou entrar em
contato com Dualib em seu telefone celular, mas não foi
atendida. A reportagem deixou
recados para o dirigente, mas
não obteve resposta.
Depois de elaborar um relatório sobre toda a investigação
e com a sugestão pelo impeachment, a comissão processante
o entregará ao presidente do
Conselho Deliberativo, Carlos
Senger. O grupo espera fazer
isso ainda nesta semana para
acelerar o processo.
De posse do documento, caberá a Senger marcar a reunião
do Conselho para votar pela
saída ou manutenção do cartola. Se o órgão disser sim ao impeachment, uma assembléia
geral de sócios será convocada
para ratificar a saída definitiva
de Dualib e Curi.
No clube, entretanto, há a
crença de que não será necessário ir tão longe. Cartolas
apostam que os dois dirigentes
entregarão sua renúncia no encontro do Conselho, antes que
a votação ocorra.
Em quase um mês e meio de
trabalhos, a comissão processante já havia detectado seis razões para um impeachment do
presidente afastado do clube.
Os motivos para pedir a destituição dos cartolas são: má
gestão, suspeita de enriquecimento ilícito, processo na Justiça Federal, sonegação fiscal,
liberação de atletas sem contrapartida para o clube e fraude
na demissão de funcionários.
O relatório, de 24 páginas, foi
entregue no dia 4 de setembro
a Dualib e a Curi para que eles
apresentassem suas defesas.
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