São Paulo, quinta-feira, 18 de setembro de 2008

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Corinthians esconde empréstimo

R$ 600 mil cedidos por empresário de Mano Menezes para compra de atletas não são identificados no balancete do clube

Origem de outras operações semelhantes costuma ser relacionada normalmente nos demonstrativos de despesa feitos pela diretoria


Fernando Santos/Folha Imagem
Wellington Saci, lateral do Corinthians, em treino ontem

EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Os R$ 600 mil emprestados pelo empresário Carlos Leite ao Corinthians não constam nos demonstrativos de dívidas gerados pelo clube.
O dinheiro, usado para a aquisição do meia Eduardo Ramos e do lateral Wellington Saci, não está discriminado em nenhum dos documentos referentes às finanças divulgados no site oficial do clube. Os atletas são agenciados por Leite, que também conduz a carreira do técnico Mano Menezes.
Diferentemente de outros empréstimos tomados -como as operações com a federação paulista, a CBF ou o C13-, a quantia cedida por Leite não aparece discriminada nos demonstrativos de dívida referentes a abril, mês da contratação dos atletas, ou maio, quando tanto o meia quanto o lateral assinaram acordo com o Corinthians, conforme aponta o registro de jogadores da CBF.
Os R$ 600 mil também não constam nos documentos dos meses subseqüentes. O Corinthians divulgou sua situação financeira até julho.
"É uma dívida muito pequena. Por isso não a relacionamos no demonstrativo da dívida, que, na verdade, é apenas um documento que fazemos para mostrar aos leigos a situação das finanças do Corinthians", afirmou Raul Correa da Silva, vice de finanças do clube.
Entretanto o cartola mudou de justificativa depois de ser questionado sobre o motivo que leva o clube a detalhar outros empréstimos de valores até mais baixos -o demonstrativo de abril, por exemplo, relata que, até aquele mês, o Corinthians havia tomado emprestado R$ 73 mil com bancos.
"A operação está registrada desde o momento de sua ocorrência", justificou o dirigente, sem especificar como o empréstimo foi contabilizado. "É uma dívida feita pelo futebol. Pode ter entrado como dívida de fornecedor do futebol."
Os valor emprestado pelo agente de Mano será alvo de debate na reunião de hoje do Conselho de Orientação. Membros do órgão planejam questionar a diretoria sobre a negociação.


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