São Paulo, sexta-feira, 18 de setembro de 2009

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Projeto abre brecha para arena privada levar verba pública

Proposta de deputado gaúcho sugere que clubes donos de estádios na Copa ganhem créditos fiscais por investimentos

Texto passa por comissão sem receber emendas e espera parecer de relator aliado para seguir depois para votação na Câmara

DA REPORTAGEM LOCAL

De Brasília, ou mais precisamente da Câmara dos Deputados, pode sair uma fonte de financiamento alternativa para Atlético-PR, Inter e São Paulo bancarem as reformas de seus estádios para a Copa de 2014.
Um projeto de lei do deputado federal Beto Albuquerque (PSB-RS), que é ligado à diretoria do Inter, prevê que o dinheiro investido pelos clubes para as arenas do Mundial seja depois abatido no pagamento de dívidas em tributos federais.
Assim, o projeto, se aprovado, pode fazer, por exemplo, com que o São Paulo zere suas dívidas com órgãos federais (hoje na casa dos R$ 45 milhões) se usar igual valor na remodelação do Morumbi.
"Não tenho ainda a íntegra do projeto do Beto. Mas sei que é importante porque o Inter vai fazer um investimento para a Copa do Mundo. Acho justo que o clube receba, então, um ressarcimento pelo que for investido no estádio e ter parte de suas dívidas com o governo federal abatida", diz Emídio Ferreira, vice-presidente de patrimônio do time gaúcho.
O projeto de Albuquerque, com quem a reportagem não conseguiu falar (ele está nos Estados Unidos), até que tem uma tramitação acelerada para os padrões da Câmara. Proposto no final de maio, ele já foi analisado pela Comissão de Turismo e Desporto, na qual não sofreu quaisquer emendas.
Aguarda agora o parecer do relator Valadares Filho (PSB- -SE) para seguir para votação. Como Albuquerque e Valadares são do mesmo partido, esse obstáculo também deve ser ultrapassado com facilidade.
No plenário, o deputado gaúcho também espera a aprovação, já que, no seu entendimento, é um projeto sem rejeição.
O PSB faz parte da base do presidente Lula, cujo governo já garantiu várias vezes que não será usado dinheiro do Orçamento federal para construir estádios -recursos do BNDES, de acordo com a administração petista, não podem ser considerados dinheiro público.
Para Albuquerque, sua ideia não irá acarretar prejuízos aos cofres públicos. Por seu raciocínio, com os clubes investindo nas suas arenas, o governo será poupado dessa tarefa.
O deputado também afirma que a troca de investimento em estádios por abatimento nas dívidas não será aberta para outros clubes -ficará restrita às arenas que serão usadas na segunda Copa em solo nacional.
(MARIANA BASTOS E PAULO COBOS)


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