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Projeto abre brecha para arena privada levar verba pública
Proposta de deputado gaúcho sugere que clubes donos de estádios na Copa ganhem créditos fiscais por investimentos
Texto passa por comissão sem receber emendas e espera parecer de relator aliado para seguir depois
para votação na Câmara
DA REPORTAGEM LOCAL
De Brasília, ou mais precisamente da Câmara dos Deputados, pode sair uma fonte de financiamento alternativa para
Atlético-PR, Inter e São Paulo
bancarem as reformas de seus
estádios para a Copa de 2014.
Um projeto de lei do deputado federal Beto Albuquerque
(PSB-RS), que é ligado à diretoria do Inter, prevê que o dinheiro investido pelos clubes para
as arenas do Mundial seja depois abatido no pagamento de
dívidas em tributos federais.
Assim, o projeto, se aprovado, pode fazer, por exemplo,
com que o São Paulo zere suas
dívidas com órgãos federais
(hoje na casa dos R$ 45 milhões) se usar igual valor na remodelação do Morumbi.
"Não tenho ainda a íntegra
do projeto do Beto. Mas sei que
é importante porque o Inter vai
fazer um investimento para a
Copa do Mundo. Acho justo
que o clube receba, então, um
ressarcimento pelo que for investido no estádio e ter parte de
suas dívidas com o governo federal abatida", diz Emídio Ferreira, vice-presidente de patrimônio do time gaúcho.
O projeto de Albuquerque,
com quem a reportagem não
conseguiu falar (ele está nos
Estados Unidos), até que tem
uma tramitação acelerada para
os padrões da Câmara. Proposto no final de maio, ele já foi
analisado pela Comissão de Turismo e Desporto, na qual não
sofreu quaisquer emendas.
Aguarda agora o parecer do
relator Valadares Filho (PSB-
-SE) para seguir para votação.
Como Albuquerque e Valadares são do mesmo partido, esse
obstáculo também deve ser ultrapassado com facilidade.
No plenário, o deputado gaúcho também espera a aprovação, já que, no seu entendimento, é um projeto sem rejeição.
O PSB faz parte da base do
presidente Lula, cujo governo
já garantiu várias vezes que não
será usado dinheiro do Orçamento federal para construir
estádios -recursos do BNDES,
de acordo com a administração
petista, não podem ser considerados dinheiro público.
Para Albuquerque, sua ideia
não irá acarretar prejuízos aos
cofres públicos. Por seu raciocínio, com os clubes investindo
nas suas arenas, o governo será
poupado dessa tarefa.
O deputado também afirma
que a troca de investimento em
estádios por abatimento nas dívidas não será aberta para outros clubes -ficará restrita às
arenas que serão usadas na segunda Copa em solo nacional.
(MARIANA BASTOS E PAULO COBOS)
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