São Paulo, segunda-feira, 18 de outubro de 2004 |
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MOTOCICLISMO Italiano trava duelo de ultrapassagens com seu único rival na última volta na Austrália Espetáculo dá a Rossi o 6º Mundial
TATIANA CUNHA DA REPORTAGEM LOCAL "Che spettacolo." A frase estampada na camiseta de Valentino Rossi logo depois de vencer o GP da Austrália de MotoGP não podia ser mais significativa. O italiano deu um espetáculo e abocanhou seu sexto título Mundial, o quarto consecutivo na principal categoria do motociclismo. "Cada campeonato traz uma sensação diferente, uma história diferente. Com certeza no meu primeiro título a emoção foi incrível. Mas este, para mim, foi o melhor", afirmou o italiano, 25, após ganhar a oitava corrida no ano. A conquista colocou Rossi no rol dos pilotos que venceram quatro ou mais títulos na categoria principal das motos -antes dele, outros sete haviam alcançado o feito, mas apenas três de maneira consecutiva (Giacomo Agostini, Mick Doohan e Mike Hailwood). Mais que isso, o piloto italiano, como já virou praxe, quebrou uma série de marcas e atingiu números quase inacreditáveis. Rossi chegou a 41 triunfos em 79 GPs disputados (500 cc e MotoGP), um aproveitamento recorde de 52% -quem chega mais perto dele é Doohan, com 39%. Seu aproveitamento de pódios chegou a 82% -subiu 64 vezes em algum dos degraus. Levando-se em conta todas as categorias, foi sua centésima vez no pódio. A média de pontos por corrida alcançou 19,3, ou seja, é como se Rossi tivesse chegado em segundo lugar em todas as provas que já disputou na categoria principal -o segundo recebe 20 pontos. O hexacampeão, que se transferiu da Honda para a Yamaha ao final da temporada passada, tornou-se o segundo piloto na história a vencer Mundiais por equipes diferentes, igualando o feito de Eddie Lawson, que fez o caminho inverso em 1988 e 1989. Para a Yamaha, o título de Rossi foi ainda mais importante. Foi o primeiro Mundial vencido pela equipe desde 1992, com o americano Wayne Rainey. Pela primeira vez o time conseguiu mais de sete vitórias em uma temporada. Apesar de tudo isso, há apenas duas semanas, a conquista de Rossi chegou a ser colocada em dúvida. No GP do Qatar, o italiano, depois de sair do final do grid, caiu no meio da prova, sem motivo aparente. Foi o suficiente para que Sete Gibernau se aproximasse de Rossi na classificação e deixasse o campeonato embolado. Mas a estrela do italiano brilhou mais uma vez. Uma semana depois venceu na Malásia e ontem ganhou na Austrália. Resultado: faltando apenas um GP, soma 279 pontos e não pode mais ser alcançado pelo espanhol, que tem 244. Sua sexta vitória em Phillip Island, porém, não foi fácil. Largando na segunda colocação, logo atrás de Gibernau, Rossi chegou a sair da pista na primeira volta. "Arrisquei muito no começo", disse o italiano, que podia ficar em segundo para ser campeão. Mas terminar atrás do espanhol não era como Rossi queria celebrar o hexacampeonato. A nove voltas do final, ultrapassou o espanhol. Algumas voltas depois, Gibernau retomou a liderança. Mas o melhor estava por vir. Na última volta, o italiano deu o bote e assumiu a ponta. Gibernau deu o troco. Inconformado, nos últimos metros, Rossi contra-atacou e cruzou a linha de chegada em primeiro, 0s097 à frente do espanhol. Loris Capirossi foi o terceiro. Alexandre Barros, o quinto. "Foi inacreditável para mim vencer esta corrida", declarou Rossi, depois do espetáculo. Com agências internacionais Texto Anterior: O que ver na TV Próximo Texto: Pingue-pongue: Surpreso, italiano ainda não sabe se renovará contrato Índice |
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