|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
tem dono
À polícia, Dualib "entrega" investidor
Presidente do Corinthians revela, em depoimento, que o magnata Boris Berezovski coloca dinheiro na parceira MSI
Badri Patarkatsishivili e
Pini Zahavi também são
tidos como investidores
por dirigente, que afirmou
que Kia não volta ao Brasil
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente do Corinthians,
Alberto Dualib, disse ontem,
em depoimento à Polícia Federal, que o magnata russo Boris
Berezovski, o georgiano Badri
Patarkatsishivili e o israelense
Pini Zahavi são investidores da
MSI, a parceira do clube.
É a primeira vez que o cartola
revela a autoridades brasileiras
nomes de quem abastece financeiramente o departamento de
futebol do clube.
A oitiva de Dualib na PF durou três horas e fez parte da investigação conduzida pelo Ministério Público Federal que
apura eventual crime de lavagem dinheiro na parceria.
O presidente corintiano foi
ouvido pelo delegado Protógenes Queiroz e pelo procurador
da República Rodrigo de Grandis. O presidente da Federação
Paulista de Futebol, Marco Polo Del Nero, que também é advogado, acompanhou Dualib e
o vice corintiano Nesi Curi, que
depôs por cerca de uma hora.
Ao citar Berezovski e Badri
como investidores, Dualib reforça as suspeitas das autoridades sobre lavagem de dinheiro.
O russo e o georgiano, parceiros em muitos negócios, são
acusados de vários crimes na
Rússia, entre eles lavagem de
dinheiro. O depoimento de
Dualib vai de encontro à conclusão de relatório do Ministério Público Estadual, que aponta Berezovski e Badri como investidores da MSI. O órgão diz
haver indícios de que a parceria
é usada para lavar dinheiro.
O caso foi enviado para outra
esfera porque os delitos apontados -lavagem de dinheiro e
crime contra o sistema financeiro brasileiro- são de competência da Justiça Federal.
Berezovski, que negou às autoridades fazer parte do grupo
de investidores da MSI, foi detido em São Paulo para interrogatório em maio, quando demonstrou interesse em adquirir a Varig. Com ele, foram
apreendidos dois computadores, oito celulares e documentos, entre eles cópias dos passaportes de Dualib e Curi.
O russo explicou aos procuradores da República que estava com os passaportes para devolvê-los aos corintianos, que
os haviam deixado em Londres.
Ontem, Dualib deu outra versão. "Era para tirar um visto [de
entrada] em Israel", disse.
A PF suspeita que os documentos estavam com Berezovski para abertura de conta
bancária no exterior.
Ontem, questionado sobre
eventuais irregularidades com
o dinheiro que sustenta a MSI,
Dualib foi enfático: "Não é [sujo] de maneira alguma".
Em seu depoimento, o presidente corintiano tentou explicar o funcionamento da parceria e disse que o presidente da
MSI, Kia Joorabchian, não retorna mais ao Brasil.
A MSI jamais revelou os nomes dos investidores da parceria. Em relação a Berezovski,
Kia sempre disse ser amigo do
russo, mas nega a participação
dele no negócio. O Ministério
Público e a PF esperam agora
ouvir o iraniano, que está em
Londres. Ele ainda não foi notificado, mas declarou estar à
disposição das autoridades.
Já Pini Zahavi nega ser investidor da parceira. Diz ser apenas um agente de jogadores.
Texto Anterior: Painel FC Próximo Texto: Escapada: Time vai para Jarinu na surdina Índice
|