São Paulo, domingo, 18 de outubro de 2009

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Sob chuva, Barrichello quebra jejum de 5 anos

Na luta para adiar decisão do título, brasileiro diz que irá ignorar posição de rivais

Admitindo que não tinha carro para obter a pole, a 1ª desde 2004, piloto festeja presença de público, apesar do clima e das interrupções


Felix Heyder/Efe
Ao lado da mulher, Silvana, e do filho Eduardo, Rubens Barrichello durante o treino de ontem

TATIANA CUNHA
DA REPORTAGEM LOCAL

Rubens Barrichello sempre diz que gosta de correr na chuva. E foi debaixo dela que o piloto da Brawn conquistou ontem a pole para o GP Brasil, penúltima etapa do Mundial de F-1.
Foi o fim de um jejum que já durava quase cinco anos -a última vez que ele havia partido na frente havia sido na mesma Interlagos, em 2004-, além de render uma injeção de ânimo.
Hoje, às 14h, larga com um único objetivo: adiar a disputa do campeonato para a última corrida do ano, em Abu Dhabi, dentro de duas semanas.
Para que isso aconteça, tem de descontar pelo menos cinco pontos de seu companheiro de time, Jenson Button. O inglês, que, para sair de Interlagos já como campeão, tem apenas de chegar ao pódio para não depender do resultado dos demais adversários pelo título, teve sua vida complicada após um péssimo treino de classificação -larga apenas na 14ª posição.
"As coisas não foram nada fáceis hoje [ontem], especialmente porque eu sabia que não tinha carro para a pole", afirmou Barrichello, que sai na frente pela 14ª vez em sua carreira, a terceira em São Paulo.
Mark Webber, da Red Bull, sai em segundo, e Adrian Sutil, da Force India, em terceiro.
"Estou muito feliz com o que consegui, ainda mais depois de ter ficado no limite na segunda parte da classificação [ele foi o décimo e último classificado]."
Assim como tem feito desde o início do ano, o piloto da Brawn adotou um discurso pé no chão e sem frases de efeito após o desempenho de ontem.
"Estou feliz, mas sempre o seu último bom resultado vai ser o melhor, o mais especial."
Mais. Disse que está fazendo seu trabalho sem se preocupar com o que Button e Sebastian Vettel -que sai em 15º- fazem. "Na corrida, vou dar o máximo e só no fim vou abrir o rádio para perguntar como eles foram."
Encerrar o jejum de poles não foi uma missão fácil para Barrichello. O dia começou com chuva, o que fez com que a última sessão de treinos livres fosse encurtada -em vez de uma hora, teve só 18 minutos.
Com isso, os pilotos foram para a sessão de definição do grid praticamente apenas com as informações que colheram anteontem. Mas quatro minutos após seu início, o treino foi interrompido depois que Giancarlo Fisichella rodou e ficou parado no meio do circuito.
"Adoro essas condições, mas hoje [ontem] foi complicado porque não sabia como seria. Estou muito, muito feliz. É ótimo ver que as pessoas tenham ficado depois de tantas interrupções", afirmou Barrichello.
Era apenas o começo de uma longa classificação, que durou quase duas horas e 40 minutos devido às interrupções e que deixou vários carros pela pista.
Nos carros e nas arquibancadas, a impaciência era visível.
Pilotos entravam e saiam de seus cockpits. Vestiam e tiravam as luvas e as balaclavas.
A expectativa pelo reinício da sessão para Barrichello só foi quebrada quando seus dois filhos, Eduardo, 8, e Fernando, 4, foram focalizados pela TV.
"Foi engraçado estar no carro e de repente ver os meninos se assistindo na TV. Vou ter que trazer os dois para a realidade quando chegar em casa, mas foi uma sensação legal", falou o piloto, que cresceu nas redondezas do circuito e ontem teve a companhia do pai, da mãe, da irmã, da mulher e de amigos.


NA TV - GP Brasil
Globo, ao vivo, às 14h



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