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VÔLEI
Sem acordo
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
Está complicada a situação
dos cinco ex-jogadores da seleção de Cuba que fixaram residência na Itália. Sem a autorização da federação cubana para jogar em outro país, eles estão treinando em clubes italianos, mas
não podem atuar em partidas oficiais. O único que jogou, o atacante Ramon Gato, foi punido.
O Verona, time do brasileiro
Kid, resolveu colocar Gato em
quadra na quarta rodada do
Campeonato Italiano. Na última
semana, veio a sentença.
A Federação Internacional de
Vôlei (FIVB) chegou a anunciar a
suspensão do clube e do jogador
por um ano. Depois voltou atrás.
Aplicou multas em dinheiro no
atleta, no clube, na Liga e na Federação Italiana.
O Verona, que mesmo com Gato em quadra havia perdido para
o Sisley Treviso por 3 sets a 0, recebeu outra punição. Os resultados
dos jogos contra o Treviso e contra o Macerata, que seria realizado ontem, foram homologados
como 3 sets a 0 (25/0, 25/0 e 25/0)
para os adversários.
Para quem não lembra da história, um resumo: no fim do ano
passado, os cinco jogadores abandonaram a delegação cubana depois de um torneio de Natal disputado na Bélgica.
Todos eram titulares da equipe
nacional: Gato, Angel Dennis,
Ihosvany Hernandez, Leonel
Marshall e Yasser Romero.
Na época, eles afirmaram que
os motivos que os levaram a tomar essa decisão foram esportivos
e não políticos. Disseram que gostariam de continuar defendendo
a seleção, mas também queriam
jogar nos times italianos. Depois
do sétimo lugar nos Jogos de
Sydney, eles tinham sido proibidos de atuar no exterior.
Sem o aval da federação cubana para jogar em clubes, a Federação Internacional os suspendeu, na época, por dois anos.
Só a partir do fim de 2003 poderão jogar. Além de Gato, que treina no Verona, o canhoto Dennis
está no Latina, e os outros três,
Hernandez, Marshall e Romero,
no Piacenza.
Com os cinco jogadores, Cuba
foi a vencedora da Copa dos
Grandes Campeões, em 2001. Sem
eles, a seleção cubana, uma das
mais tradicionais do mundo do
vôlei, sofreu este ano.
Com uma equipe renovada, ficou em 13º lugar na Liga Mundial
e acabou em 21º no Campeonato
Mundial, na frente de Egito, Tunísia e Cazaquistão. Foi a pior colocação obtida pelos cubanos em
dez participações em Mundiais.
A turma bem que podia tentar
se entender. Seria melhor para todo mundo: jogadores e seleção.
Em terras brasileiras, a novidade da última semana foi o projeto
de revitalização do vôlei no Rio. A
idéia, que também será desenvolvida em São Paulo, Minas e Rio
Grande do Sul, parece bacana.
O objetivo é formar equipes, organizar competições, peneiras e
cursos de capacitação para técnicos e árbitros.
A novidade é que tudo seria
viabilizado através de um sistema de cooperativa, formado por
empresas e prefeituras. E vocês sabem, com todos os custos divididos, fica bem mais fácil encontrar
patrocinadores.
As metas são ambiciosas: a
Confederação Brasileira de Vôlei
divulgou que já no próximo ano
deverão ser montadas 12 equipes
masculinas no Rio.
Para isso, já foram visitadas 73
empresas e 15 prefeituras. Vamos
ver o que vai acontecer, mas a iniciativa parece boa.
Italiano
O atacante Nalbert, o destaque do Brasil na conquista do Mundial,
continua com a bola toda no Campeonato Italiano. O seu time, o
Macerata, está invicto, com cinco vitórias. Na quarta rodada, por
exemplo, Nalbert foi o destaque no triunfo por 3 sets a 2 sobre o
Montichiari. Foi o maior pontuador, ao lado do iugoslavo Ivan
Miljkovic. Os dois marcaram 17 pontos. Nalbert também ocupa o
quarto lugar no ranking de saque. Em quatro jogos, fez sete aces.
Reforço
A atacante norte-americana Logan Tom, 21 anos e 1,86 m, deverá
reforçar a equipe do MRV/Minas na Superliga Nacional. A jogadora terá a missão de substituir a romena Cristina Pirv, que, depois de
quatro temporadas no Minas, se transferiu para o Novara, na Itália. Tom é titular da seleção dos Estados Unidos, medalha de prata
no último Campeonato Mundial, disputado na Alemanha. Ela joga
também pela Universidade de Stamford, na Califórnia.
E-mail cidasan@uol.com.br
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