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há 15 anos...
"Ilsinho de 91", Cafu quer volta ao Brasil e à seleção
Consagrado por Telê no último título nacional do São Paulo, ele elogia sucessor
Jogador que mais vestiu a camisa amarela dá apoio à renovação de Dunga, mas fala em defender o país, no qual deverá jogar em 2007
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
Cafu foi titular do São Paulo e
chegou à seleção cedo, em 1990,
mas em 1991, com o título brasileiro com Telê Santana contra o Bragantino, ascendeu para o reinado na lateral direita
do país. Aos 36, arma a volta ao
Brasil e pensa na ""amarelinha".
FOLHA - O título de 91 marcou?
CAFU - Naquele ano, o Telê me
colocou para jogar como ala.
Foi um ano em que o São Paulo
jogou muito, do começo ao fim.
Teve grandes momentos, e a
gente só tem boas recordações.
FOLHA - Foi naquele campeonato
que você virou de vez lateral?
CAFU - Foi. Tinha facilidade de
jogar em várias posições. Quando o Zé Teodoro machucou, o
Telê optou por me deixar na lateral. Fui aperfeiçoando a marcação, a subida, já que eu tinha
muita força. Acabei ficando na
lateral. Foi um ponto muito importante na minha carreira.
FOLHA - Na final em Bragança, você virou meio um ponta-esquerda?
CAFU - Taticamente, fui importante. Tive a chance de anular o
Gil Baiano [lateral-direito] e
atacar. Uma hora o Parreira
[técnico do Bragantino] me falou: "Você não vai jogar?". Falei: "Não, o Telê mandou marcar". Foi engraçado, mas o legal
é que o São Paulo foi campeão.
FOLHA - O Telê morreu neste ano.
Ele foi decisivo na sua carreira, não?
CAFU - Importantíssimo. Mas
não só para mim. Foi para o futebol, o São Paulo, toda aquela
garotada. Me ajudou bastante,
sabia que eu tinha qualidade,
que podia chegar longe. O que
fazia era para o meu bem.
FOLHA - O São Paulo te lançou,
mas projetou rivais na seleção: Zé
Carlos, Belletti, Cicinho, Ilsinho...
CAFU - Se vou falar dos meus
companheiros de trabalho, vou
falar só bem, ainda mais lateral.
Zé Carlos, Belletti, Cicinho e o
Ilsinho, que está se projetando
agora, são grandes jogadores.
Terem passado pelo São Paulo
é uma coisa positiva. Todos tiveram chances na seleção. Claro que o Ilsinho está surgindo,
mas será um grande nome.
FOLHA - O Milan já estaria de olho
nele. E para te substituir...
CAFU - Tenho contrato até junho de 2007. Soube pelos jornais que havia o interesse do
Milan no Ilsinho. Mas os dirigentes não falaram nada para a
gente. Se ele vier para o Milan, é
um grande nome, um grande
jogador. A gente sempre espera
que venha mais um brasileiro.
FOLHA - Ainda pensa em seleção?
CAFU - Sem dúvida. Continuo
disposto a servir a seleção sempre que o Dunga precisar. Mas
desde que seja uma coisa natural. Nunca vou forçar a barra
para ir à seleção. Nunca vou pedir para o treinador me convocar. Estarei sempre trabalhando para que possa estar bem.
Estando bem, terei condições
de jogar mais com a seleção. O
importante é que sigo trabalhando e com minha carreira.
FOLHA - Viu a seleção contra a Suíça? O que tem achado de Dunga?
CAFU - Vi, está ótima. O Dunga
vai no caminho certo, renovando, colocando essa molecada
para dar uma força e para ver
com quem ele contará ou não. É
importante, e os resultados positivos ajudam, dão tranqüilidade para o Dunga. Espero que
ele consiga grandes resultados.
FOLHA - Estará na Copa em 2010?
CAFU - Acho meio difícil, mas
vamos estar aí nas paradas.
FOLHA - Quando volta ao Brasil?
CAFU - Pretendo sim voltar.
Posso até voltar em janeiro, junho ou no fim do ano para estar
mais perto dos parentes.
FOLHA - Algum clube o procurou?
CAFU - Já estive conversando
com um clube sim no Brasil.
Mas foi só uma conversa, não
teve nada de concreto. Deixaram as portas abertas para
mim, e isso me deixou feliz.
FOLHA - É o São Paulo?
CAFU - Não.
FOLHA - Algo para encerrar?
CAFU - Só torcer bastante para
o Tricolor ser campeão. Meus
filhos têm um carinho grande
pelo São Paulo, que nem o pai.
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