São Paulo, sábado, 18 de novembro de 2006

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há 15 anos...

"Ilsinho de 91", Cafu quer volta ao Brasil e à seleção

Consagrado por Telê no último título nacional do São Paulo, ele elogia sucessor

Jogador que mais vestiu a camisa amarela dá apoio à renovação de Dunga, mas fala em defender o país, no qual deverá jogar em 2007


RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

Cafu foi titular do São Paulo e chegou à seleção cedo, em 1990, mas em 1991, com o título brasileiro com Telê Santana contra o Bragantino, ascendeu para o reinado na lateral direita do país. Aos 36, arma a volta ao Brasil e pensa na ""amarelinha".

 

FOLHA - O título de 91 marcou?
CAFU -
Naquele ano, o Telê me colocou para jogar como ala. Foi um ano em que o São Paulo jogou muito, do começo ao fim. Teve grandes momentos, e a gente só tem boas recordações.

FOLHA - Foi naquele campeonato que você virou de vez lateral?
CAFU -
Foi. Tinha facilidade de jogar em várias posições. Quando o Zé Teodoro machucou, o Telê optou por me deixar na lateral. Fui aperfeiçoando a marcação, a subida, já que eu tinha muita força. Acabei ficando na lateral. Foi um ponto muito importante na minha carreira.

FOLHA - Na final em Bragança, você virou meio um ponta-esquerda?
CAFU -
Taticamente, fui importante. Tive a chance de anular o Gil Baiano [lateral-direito] e atacar. Uma hora o Parreira [técnico do Bragantino] me falou: "Você não vai jogar?". Falei: "Não, o Telê mandou marcar". Foi engraçado, mas o legal é que o São Paulo foi campeão.

FOLHA - O Telê morreu neste ano. Ele foi decisivo na sua carreira, não?
CAFU -
Importantíssimo. Mas não só para mim. Foi para o futebol, o São Paulo, toda aquela garotada. Me ajudou bastante, sabia que eu tinha qualidade, que podia chegar longe. O que fazia era para o meu bem.

FOLHA - O São Paulo te lançou, mas projetou rivais na seleção: Zé Carlos, Belletti, Cicinho, Ilsinho...
CAFU -
Se vou falar dos meus companheiros de trabalho, vou falar só bem, ainda mais lateral. Zé Carlos, Belletti, Cicinho e o Ilsinho, que está se projetando agora, são grandes jogadores. Terem passado pelo São Paulo é uma coisa positiva. Todos tiveram chances na seleção. Claro que o Ilsinho está surgindo, mas será um grande nome.

FOLHA - O Milan já estaria de olho nele. E para te substituir...
CAFU -
Tenho contrato até junho de 2007. Soube pelos jornais que havia o interesse do Milan no Ilsinho. Mas os dirigentes não falaram nada para a gente. Se ele vier para o Milan, é um grande nome, um grande jogador. A gente sempre espera que venha mais um brasileiro.

FOLHA - Ainda pensa em seleção?
CAFU -
Sem dúvida. Continuo disposto a servir a seleção sempre que o Dunga precisar. Mas desde que seja uma coisa natural. Nunca vou forçar a barra para ir à seleção. Nunca vou pedir para o treinador me convocar. Estarei sempre trabalhando para que possa estar bem. Estando bem, terei condições de jogar mais com a seleção. O importante é que sigo trabalhando e com minha carreira.

FOLHA - Viu a seleção contra a Suíça? O que tem achado de Dunga?
CAFU -
Vi, está ótima. O Dunga vai no caminho certo, renovando, colocando essa molecada para dar uma força e para ver com quem ele contará ou não. É importante, e os resultados positivos ajudam, dão tranqüilidade para o Dunga. Espero que ele consiga grandes resultados.

FOLHA - Estará na Copa em 2010?
CAFU -
Acho meio difícil, mas vamos estar aí nas paradas.

FOLHA - Quando volta ao Brasil?
CAFU -
Pretendo sim voltar. Posso até voltar em janeiro, junho ou no fim do ano para estar mais perto dos parentes.

FOLHA - Algum clube o procurou?
CAFU -
Já estive conversando com um clube sim no Brasil. Mas foi só uma conversa, não teve nada de concreto. Deixaram as portas abertas para mim, e isso me deixou feliz.

FOLHA - É o São Paulo?
CAFU -
Não.

FOLHA - Algo para encerrar?
CAFU -
Só torcer bastante para o Tricolor ser campeão. Meus filhos têm um carinho grande pelo São Paulo, que nem o pai.


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