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Morre Puskas, o "Major Galopante"
Ex-jogador, de 79 anos, sofria de mal de Alzheimer e estava internado na UTI, em Budapeste, havia mais de dois meses
Mito do Real Madrid e da seleção húngara, Puskas era considerado um dos
maiores da história e o melhor europeu canhoto
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
Morreu ontem, aos 79 anos,
Ferenc Puskas, o maior jogador
húngaro de todos os tempos,
um dos maiores da história do
futebol. Vítima do mal de Alzheimer, o ex-atacante da Hungria dos anos 50 e do mítico
Real Madrid dos 60 não resistiu
a uma pneumonia e a uma febre alta que causaram falência
cardiovascular e respiratória,
às 2h (horário de Brasília).
A saúde de Puskas já estava
debilitada há tempos. Desde
2000, o ex-jogador estava internado no hospital Kutvolgyi,
em Budapeste, onde morreu.
Desde o dia 12 de setembro, ele
estava internado na UTI.
A morte de Puskas causou
reações de pesar em todo o
mundo do futebol. De dirigentes do Real Madrid a técnicos
famosos, muitos fizeram questão de lamentar publicamente
a morte do húngaro, considerado o maior europeu canhoto da
história do futebol -no mundo,
talvez apenas Maradona, que
rivaliza com Pelé como o melhor de todos, seja considerado
melhor do que ele com a perna
esquerda.
Não à toa a reação ao falecimento de Puskas foi tão abrangente. Ele foi o ícone de dois times que entram fácil em quaisquer rankings que apontem os
maiores esquadrões da história: a Hungria dos anos 50 e o
Real Madrid da década seguinte. Em ambas as equipes, Puskas ocupava lugar de destaque.
Na seleção nacional, era líder
de uma linha ofensiva responsável por revolucionar a forma
com que as defesas adversárias
eram armadas.
Ao lado de Czibor, Koczis,
Hidekguti e Tóth, ele fez com
que o sistema WM, popular à
época, fosse questionado e aos
poucos substituído, por usar
apenas três defensores.
Foi esse time o responsável
por quebrar uma das maiores
escritas da história do futebol.
Os húngaros foram os primeiros a derrotar a Inglaterra em
casa, em 1953, um ano depois
de conquistarem o ouro na
Olimpíada de Helsinque.
E não foi uma vitória casual
do "esquadrão dourado". Com
um 6 a 3, a Hungria derrubou
em Wembley os até então imbatíveis ingleses. A atuação de
Puskas encantou os adversários, que o apelidaram de "Major Galopante" -ele era militar.
""Eles eram a melhor seleção
do mundo. Eu joguei contra um
time maravilhoso, que tinha
uma tática que nós jamais havíamos visto", relata Tom Finney, integrante daquela seleção
inglesa derrotada.
Mas a trajetória vitoriosa em
seu país, que começara no Honved (então chamado de Kispest), em 1943, terminaria em
1956. Com a invasão da União
Soviética à Hungria, Puskas decidiu não retornar ao país depois de uma excursão com o time nacional e quase encerrou a
carreira. Ficou na Espanha e,
em 1958, aos 31 anos, foi contratado pelo Real Madrid. Mas
começou sob desconfiança.
"Quando Puskas chegou, a
imprensa espanhola dizia que
havia sido um erro contratá-lo.
Mas bastaram alguns treinos
para ele mostrar sua condição
física e provar que talento não
se perde", relembra Kopá, companheiro de Puskas na equipe.
Lá, formou um dos maiores
ataques do futebol mundial, ao
lado do argentino Di Stéfano,
entre outros, e ajudou o clube a
conquistar três vezes a Copa
dos Campeões (1959, 1960 e
1966). Seu sucesso no Real o levou a se naturalizar espanhol e
a jogar pela Espanha, inclusive
na Copa de 1962. A carreira
dentro de campo foi até 1967.
O enterro de Puskas só ocorrerá no dia 9 de dezembro, para
que o ex-jogador possa ser homenageado por seus fãs.
Com agências internacionais
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