São Paulo, domingo, 18 de novembro de 2007

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Agência antidoping elege novo presidente

Europa se abstém, e já fala em diminuir contribuição

DA REPORTAGEM LOCAL

A primeira sucessão da história da Wada (Agência Mundial Antidoping) mostrou o racha vivido pela entidade. O australiano John Fahey, 62, que teve apoio dos EUA, foi eleito.
Mas 4 dos 5 representantes governamentais europeus no pleito se abstiveram de votar. A eleição marcou o encerramento do Congresso Mundial Antidoping, realizado em Madri.
"Havia um certo clima de tensão aqui nos últimos dias. E lamento que a minha presença tenha tirado a atenção do trabalho da Wada, que era o que realmente importava", disse Fahey, após sua eleição, referindo-se à ratificação do novo Código Mundial Antidoping, que entrará em vigor em 2009.
A Europa sofreu sucessivos reveses na disputa eleitoral. Os representantes do velho continente haviam ficado órfãos após Jean-François Lamour, ex-ministro francês do Esporte, ter renunciado à disputa.
Às pressas, lançaram o nome de outro ex-ministro do Esporte francês, Guy Drut, campeão dos 110 m com barreiras na Olimpíada de Montréal-76.
Drut ganhou apoio até do presidente do Comitê Olímpico Internacional, Jacques Rogge. O problema é que o período de inscrição das chapas se encerrara em 20 de setembro. Por conta disso, ontem, seu nome não foi sequer aventado. Outra alternativa sugerida seria adiar a eleição em seis meses.
"Entendo essa abstenção. Eles estão decepcionados pela saída de seu candidato [Lamour] sem aviso prévio e razão alguma", disse Richard Pound, atual presidente da Wada.
A Europa também viu ser derrotada a proposta de que a eleição tivesse voto secreto.
Apesar do clima tempestuoso, Fahey minimizou a oposição européia a seu nome, pouco vinculado à luta antidoping.
"Os europeus que se abstiveram na votação vieram até mim, em seguida, dizer que estavam prontos a colaborar", afirmou o australiano, que é muito criticado por não possuir experiência alguma em órgãos ligados ao combate ao doping.
Nem publicamente o clima é amistoso. Maud de Boer, dirigente do Conselho da Europa, leu ontem declaração governamental dizendo que o velho continente iniciará "processo de revisão de sua colaboração dentro dos poderes públicos e de sua contribuição [à Wada]".
Atualmente, a Europa responde por 47,5% das verbas governamentais para o orçamento da agência. Por isso, exige maior participação na entidade. "Pedimos que a posição das autoridades públicas européias seja levada em consideração quando se tomam decisões importantes na agência antidoping", afirmou o comunicado.
Como compensação, o sueco Arne Ljungqvist, chefe da Comissão Médica do COI, foi eleito vice-presidente da Wada.


Com agências internacionais

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