|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Agência antidoping elege novo presidente
Europa se abstém, e já fala em diminuir contribuição
DA REPORTAGEM LOCAL
A primeira sucessão da história da Wada (Agência Mundial
Antidoping) mostrou o racha
vivido pela entidade. O australiano John Fahey, 62, que teve
apoio dos EUA, foi eleito.
Mas 4 dos 5 representantes
governamentais europeus no
pleito se abstiveram de votar. A
eleição marcou o encerramento do Congresso Mundial Antidoping, realizado em Madri.
"Havia um certo clima de
tensão aqui nos últimos dias. E
lamento que a minha presença
tenha tirado a atenção do trabalho da Wada, que era o que
realmente importava", disse
Fahey, após sua eleição, referindo-se à ratificação do novo
Código Mundial Antidoping,
que entrará em vigor em 2009.
A Europa sofreu sucessivos
reveses na disputa eleitoral. Os
representantes do velho continente haviam ficado órfãos
após Jean-François Lamour,
ex-ministro francês do Esporte, ter renunciado à disputa.
Às pressas, lançaram o nome
de outro ex-ministro do Esporte francês, Guy Drut, campeão
dos 110 m com barreiras na
Olimpíada de Montréal-76.
Drut ganhou apoio até do
presidente do Comitê Olímpico
Internacional, Jacques Rogge.
O problema é que o período de
inscrição das chapas se encerrara em 20 de setembro. Por
conta disso, ontem, seu nome
não foi sequer aventado. Outra
alternativa sugerida seria adiar
a eleição em seis meses.
"Entendo essa abstenção.
Eles estão decepcionados pela
saída de seu candidato [Lamour] sem aviso prévio e razão
alguma", disse Richard Pound,
atual presidente da Wada.
A Europa também viu ser
derrotada a proposta de que a
eleição tivesse voto secreto.
Apesar do clima tempestuoso, Fahey minimizou a oposição européia a seu nome, pouco
vinculado à luta antidoping.
"Os europeus que se abstiveram na votação vieram até
mim, em seguida, dizer que estavam prontos a colaborar",
afirmou o australiano, que é
muito criticado por não possuir
experiência alguma em órgãos
ligados ao combate ao doping.
Nem publicamente o clima é
amistoso. Maud de Boer, dirigente do Conselho da Europa,
leu ontem declaração governamental dizendo que o velho
continente iniciará "processo
de revisão de sua colaboração
dentro dos poderes públicos e
de sua contribuição [à Wada]".
Atualmente, a Europa responde por 47,5% das verbas governamentais para o orçamento da agência. Por isso, exige
maior participação na entidade. "Pedimos que a posição das
autoridades públicas européias
seja levada em consideração
quando se tomam decisões importantes na agência antidoping", afirmou o comunicado.
Como compensação, o sueco
Arne Ljungqvist, chefe da Comissão Médica do COI, foi eleito vice-presidente da Wada.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Loteria: Confira as dezenas sorteadas ontem Próximo Texto: Futuro: Perto de sair, Pound mira tribunal Índice
|