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Mais velho, Brasil se poupa para ir a Pequim
Seleção que estréia hoje na Copa do Mundo treina menos e reclama mais
Experiente e eficiente, time faz treinos intensos, mas curtos; jogadores com problemas físicos crônicos ganham atenção especial
MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL
Os corpos não agüentam
mais bate-bola às 6h, treinos
em estacionamentos, exercícios de musculação entre uma
escala e outra de vôo.
Em quadra, os jogadores
apresentam um requinte cada
vez maior. Os músculos, no entanto, pedem arrego quando o
esforço aumenta. A idade pesa
para a seleção de vôlei.
O grupo que estréia hoje na
Copa do Mundo em busca de
uma vaga na Olimpíada de Pequim-2008 envelheceu, junto.
Acumula muitos títulos e compartilha muitas dores.
"Se você visse esse time acordando... É reclamação de dor no
joelho, nas costas, no ombro,
artrose... Eles demoram cada
vez mais para começar a funcionar", afirma Guilherme Tenius, o Fiapo, fisioterapeuta da
seleção desde que Bernardinho
assumiu o cargo, em 2001.
O time que enfrenta os EUA
hoje, às 7h05 (com TV), e a Espanha amanhã, às 7h35 (com
Sportv), tem média de idade de
28,6 anos. É o mais velho que o
mais vitorioso técnico de vôlei
do país já dirigiu. Se Ricardinho
estivesse no grupo, seriam 29,5.
As dores da seleção fizeram o
técnico brasileiro, famoso por
sua exigência nos treinos, aliviar o trabalho ao longo dos
anos. Se a equipe antes corria
uma hora, hoje são 40 minutos.
Se dava 50 saltos em treinos de
bloqueio, agora pula 25 vezes.
"Não agüentamos mais fazer
aquelas loucuras do começo,
treino no meio da viagem, em
estacionamento... E também
nem precisamos tanto. Antes, a
gente precisava de muita repetição para aprender a fazer direito. Agora, o time é experiente, está muito mais rodado, os
toques e as cortadas já são mais
refinados", diz Escadinha, 32.
O líbero já teve o joelho operado. Seu maior problema, no
entanto, está nas costas.
"Minha função exige muito
dessa região. Eu sofro mesmo."
Escadinha é um dos principais alvos de atenção de Fiapo,
que, com o passar do tempo, recebe cada vez mais visitas durante e fora das competições.
André Heller, 32, tem problema no joelho. Giba, 30, no ombro. Marcelinho, 33, sofre com
dores no pescoço. Gustavo, 32,
se preocupa com as costas.
"O bom de trabalhar com um
time mais maduro é que eles já
sabem que têm problemas e o
que precisam para estar bem.
Cada um sabe seu limite. Nem
preciso chamar mais para a fisioterapia, eles me procuram. É
bem diferente de uma equipe
jovem, que você tem de ficar
pegando no pé", completa.
O meio-de-rede André Heller é o principal "cliente" de
Fiapo. O jogador tem uma artrose no joelho que o incomoda
desde os 20 anos.
"Eu já aprendi como cuidar
do meu joelho. Conheço tudo
de que ele precisa para ficar feliz", brinca o meio-de-rede.
"Sou um dos mais assíduos da
fisioterapia. Não procuro apenas quando tenho dores. Com o
tempo, a gente aprende como
se cuidar. Essa é vantagem de
ser de um grupo mais velho."
NA TV - Brasil x EUA Globo e Sportv, ao vivo, às 7h05
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