São Paulo, terça-feira, 18 de novembro de 2008

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medo

Acuado, Palmeiras reforça segurança

Agressão a Vanderlei Luxemburgo em Congonhas faz dirigentes temerem por integridade da equipe e de seu treinador

Clube, que amanheceu com portões pichados pela 3ª vez neste Brasileiro, terá ajuda do Ministério Público para apurar ameaças a diretor


RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O Palmeiras vai reforçar a segurança para evitar que episódios como o da última sexta-feira, quando o técnico Vanderlei Luxemburgo foi agredido por torcedores no aeroporto de Congonhas, voltem a se repetir.
O diretor de futebol Genaro Marino afirmou que o assunto será tratado em reunião, hoje.
"Em função do que aconteceu, até para deixar o Luxemburgo mais seguro já sugerimos que tivesse isso [reforço] no desembarque", disse Marino.
Anteontem à noite, um ônibus foi buscar a delegação que vinha do Rio na pista do aeroporto, enquanto alguns torcedores aguardavam o time com sacos de pipocas em mãos.
Ontem, os portões do CT foram pichados com frases de protesto contra o time e o treinador. Foi a terceira vez no Brasileiro que a torcida protestou desta forma.
"Vamos ter de nos preocupar com ele [Luxemburgo] e com os jogadores", falou Marino.
Normalmente, de dois a quatro seguranças costumam acompanhar a delegação em confrontos realizados fora de casa. O efetivo poderá ser dobrado daqui em diante.
"Tenho que zelar pela integridade física da comissão e dos jogadores, então vamos tomar algumas medidas", reforçou o vice-presidente do Palmeiras Gilberto Cipullo.
Após conquistar o Paulista, campeonato que o clube não ganhava desde 1996, Luxemburgo começou a receber críticas dentro e fora do Parque Antarctica ao ser eliminado da Copa do Brasil pelo Sport.
No Brasileiro, que chegou a liderar por duas rodadas, a situação ficou tensa a partir da derrota por 3 a 0 para o Fluminense, no dia 25 de outubro, quando o goleiro Marcos reclamou da atuação da equipe e foi repreendido pelo treinador.
Luxemburgo teria outro atrito com o capitão e principal ídolo atual da equipe depois do revés (1 a 0) diante do Grêmio.
Após aquela partida, viu seu carro ser cercado por alguns sócios e um conselheiro quando deixava o estádio palmeirense.
Em meio ao Nacional o técnico foi alvo de polêmica quando, depois de decidir não viajar com o time para Buenos Aires, apareceu na TV comentando a eliminação de seus comandados da Copa Sul-Americana.
O estopim na relação entre Luxemburgo e torcida aconteceu na última sexta-feira, quando o Palmeiras embarcou para o Rio de Janeiro. Integrantes da Mancha Alviverde, principal organizada do clube, entraram em choque com o técnico.
No dia seguinte, a diretoria se reuniu com o treinador. Segundo Genaro Marino, Luxemburgo, que usava uma tipóia no braço direito em virtude da fratura no cotovelo sofrida durante o atrito com a Mancha, perguntou se o trabalho dele ainda era desejado no clube.
O medo de uma nova manifestação da torcida atinge, também, alguns cartolas. O diretor de futebol Savério Orlandi declarou anteontem ter recebido ameaças de morte pelo celular.
"Além de identificar quem bateu no Luxemburgo, vamos tentar identificar também quem ameaçou o Savério. Já falei com ele", afirmou o promotor Paulo Castilho, do Ministério Público de São Paulo.


Colaborou PAULO GALDIERI, da Reportagem Local


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