Time enfrenta o Grêmio, hoje, no Olímpico, no dia seguinte à suspensão por nove meses de seu presidente no STJD

Queda de desempenho na metade final do Brasileiro coloca em xeque prestígio de Muricy Ramalho, maior aposta da gestão Belluzzo

RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Se tivesse mantido no segundo turno o aproveitamento do primeiro, o Palmeiras certamente enfrentaria o Grêmio, hoje, em Porto Alegre, com a faixa de campeão pronta.
Porém a queda do time na metade final do Campeonato Brasileiro -toda ela sob a batuta de Muricy Ramalho- transformou o confronto desta noite na última tentativa palmeirense de salvar sua temporada.
E se o duelo já reunia contornos suficientemente dramáticos para os paulistas, "ganhou" mais um ingrediente ontem.
Por maioria de votos, o presidente Luiz Gonzaga Belluzzo foi suspenso por nove meses no STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) por conta das declarações contra o árbitro Carlos Eugênio Simon e contra o próprio tribunal.
O problema extracampo surgiu em meio à recente série de fiascos do time dentro dele.
A equipe conquistou apenas 45,8% dos pontos disputados no returno do Nacional, contra 64,9% nos 19 jogos iniciais -média bem acima dos 59% atuais do líder São Paulo.
"Para continuar sonhando com o título, o único resultado que nos interessa é a vitória", decretou o treinador. Com 59 pontos, o time viu Flamengo (60) e São Paulo (62) o ultrapassarem na reta final.
Em caso de derrota hoje contra o Grêmio e de vitória do atual líder, o Palmeiras não teria mais como bater o arquirrival em número de pontos.
Em contrapartida, um triunfo por qualquer placar recolocará provisoriamente os pupilos de Muricy na dianteira.
"O campeonato está muito esquisito, muda tudo de uma semana para a outra", disse o atual tricampeão do Nacional.
No caso palmeirense, uma das principais "esquisitices" foi o time não ter vencido nenhum dos quatro clubes que lutam contra o rebaixamento -perdeu para Náutico, Santo André e Fluminense, fora, e empatou com o Sport, em casa.
O próprio treinador sabe que um fracasso acabará respingando em seu currículo, até por conta da expectativa gerada no período de sua contratação.
Quando ele assumiu o cargo, a equipe vinha de ótima campanha nas mãos do interino Jorginho. Apesar de ter se mantido por 17 rodadas no topo, Muricy foi caindo com o Palmeiras até chegar ao terceiro lugar.
O fiasco deverá ter, também, consequências na agitada vida política no Parque Antarctica.
Após o clube falhar no Paulista e na Libertadores com Vanderlei Luxemburgo, Muricy foi a aposta de Belluzzo para tirar o clube da fila -o último título da Série A foi em 1994.