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Teixeira dirá destino de lucro da Copa
2014
Pelo contrato do comitê, CBF deve ficar com dinheiro do Mundial
DE SÃO PAULO
O contrato do COL (Comitê
Organizador Local da Copa
de 2014) prevê que o lucro do
evento será dado para os
seus sócios: a CBF e seu presidente Ricardo Teixeira.
O documento foi revelado
pelo jornal "Lance!".
O comitê tem fonte de recursos privados: a Fifa. Mas a
organização do Mundial envolve, até agora, em torno de
R$ 17 bilhões em investimento de dinheiro público.
Segundo o contrato revelado pelo "Lance!", o COL tem
como sócios a CBF (99,99%)
e Teixeira (0,01%). O comitê
é constituído como empresa
de sociedade limitada.
Pelo documento mostrado
pelo jornal, "a distribuição
de lucros poderá ser feita a
critério dos sócios, sem guardar proporção com as respectivas participações no capital
social". Teoricamente, Teixeira poderia ficar com todo
o lucro, por esse texto.
Segundo advogados especialistas ouvidos pela Folha,
que não quiseram se identificar, esse tipo de cláusula em
contratos de empresas de sociedade limitada é comum.
Mas, de acordo com esses advogados, Teixeira poderia ser
questionado judicialmente
se embolsasse o dinheiro.
Isso porque o cartola, como presidente da confederação, estaria agindo para prejudicar a entidade em proveito próprio. Neste caso, poderia haver ação do Ministério
Público Federal ou de federações estaduais para questionar a gestão de Teixeira. Por
isso, é mais comum que a distribuição de lucros respeite à
participação societária.
No Qatar, o diretor de comunicação do COL, Rodrigo
Paiva, afirmou que Teixeira
deixará de ser sócio quando a
lei extinguir a exigência de
ter dois donos para empresas
de sociedade limitada. "Assim que isso acontecer, a CBF
terá 100% de participação e o
presidente sai", afirmou ele,
garantindo que o lucro será
investido no futebol.
Pelo contrato, em caso de
prejuízo do COL, os sócios seriam responsáveis proporcionalmente à sua fatia na empresa. Ou seja, a CBF teria de
cobrir quase todo o rombo. O
modelo é o previsto em lei.
Pelo documento mostrado
pelo jornal, Teixeira mudou
o modelo do COL em relação
ao comitê de candidatura.
Na postulação, ele adotara
modelo sem fins lucrativos,
que não previa distribuição
de lucros, nem remuneração
a dirigentes. Agora, segundo
o jornal, o contrato diz que
administradores podem ser
premiados com "cotas de capital da sociedade".
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