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FUTEBOL
América do Sul perde vaga no Mundial; Ásia e Oceania se beneficiam
Decisão da Fifa dificulta o
caminho do Brasil à Copa
DA REPORTAGEM LOCAL
O Brasil pentacampeão, que já
perdera a tradicional vaga dada
ao vencedor do Mundial, viu seu
caminho rumo à Copa-2006 ficar
mais tortuoso depois de uma decisão tomada pela Fifa ontem.
A entidade que organiza o futebol internacional determinou,
após uma reunião de quatro horas de seu Comitê Executivo, que
a América do Sul terá quatro postos no Mundial da Alemanha e
não disputará mais a repescagem
para conquistar uma quinta vaga.
O subcontinente, a região com
mais troféus mundiais, contou
com cinco representantes nas
competições de 1998 e 2002.
Outro continente tradicional
que perdeu com a decisão foi a
Europa (oito títulos de Copa), que
baixou de 15 times para 14.
Com isso, quem se beneficiou
foram áreas como Ásia e Oceania,
que aumentaram sua influência
política após as administrações
do brasileiro João Havelange e do
suíço Joseph Blatter.
Os asiáticos foram os mais favorecidos, afinal, ficaram com o
mesmo número de seleções que
tinham em 2002, quando Japão e
Coréia do Sul ganharam lugares
compulsórios por serem sede.
O continente mais populoso do
globo tem quatro vagas e ainda
disputará uma repescagem com a
Concacaf (Confederação da América do Norte, Central e Caribe)
por mais uma seleção nacional.
Já a Oceania, onde só existe futebol profissional na Austrália, não
vai mais precisar disputar repescagem e ganhou um lugar fixo
-é bom lembrar que os australianos foram decisivos na escolha
da Alemanha como sede de 2006 e
na eleição de Joseph Blatter.
Tradicionalmente, os australianos vencem com facilidade na região, mas tropeçam na repescagem final -perderam para os argentinos (eliminatórias para
EUA-1994), os iranianos (para
França-1998) e os uruguaios (para
Japão/Coréia-2002)
O único continente que não ganhou nem perdeu com a decisão
da Fifa foi a África, que permaneceu com seus cinco selecionados.
O Brasil pode ser considerado o
maior prejudicado com as últimas deliberações da entidade, afinal, perdeu uma chance e meia de
se classificar para o evento.
A primeira decisão foi tomada
em dezembro de 2001, quando a
Fifa acabou com a vaga fixa do
campeão para a edição seguinte
da Copa. Essa regra existia desde
o surgimento dos Mundiais, no
longínquo ano de 1930.
A segunda resolução prejudicial
saiu ontem, com o fim da repescagem para os sul-americanos -o
presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol, o paraguaio Nicolás Leoz, viu seu lobby
na reunião de Madri (Espanha)
não dar em nada.
Presente em todos os 17 Mundiais e campeão em cinco deles, o
Brasil viveu campanhas difíceis
em suas duas últimas eliminatórias de Copa do Mundo.
Para o Mundial de 1994, no qual
sagrou-se tetracampeão, chegou à
última rodada das eliminatórias
precisando empatar com o Uruguai no Maracanã. Contou com
gols de Romário para ganhar.
Já para a Copa-2002, a seleção
brasileira fez campanha ruim e só
garantiu vaga na última rodada,
em jogo com a Venezuela. Conseguiu ganhar e ficar com em terceiro lugar entre os sul-americanos.
Mas o time chegou para aquele
jogo com a possibilidade de encarar a repescagem. Tanto é assim
que já tinha reserva de viagem e
hotel para jogar na Austrália.
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