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FUTEBOL
Entidade, que não admitia punições rigorosas, já cogita expulsar jogadores por causa de uso de substâncias proibidas
Fifa muda e agora quer banir por doping
DA REPORTAGEM LOCAL
Entidade esportiva que mais
entraves colocou à adoção do Código Mundial Antidoping, a Fifa
decidiu radicalizar seu discurso.
Em artigo publicado no diário
britânico "Financial Times", Joseph Blatter, presidente da entidade que comanda o futebol, disse
que já admite o banimento de jogadores pegos no antidoping.
O código da Wada (Agência
Mundial Antidoping) prevê esse
tipo de pena para os atletas cujos
exames sejam positivos pela segunda vez para drogas pesadas,
como os esteróides anabólicos.
Blatter declarou que a punição
pode atingir também os clubes
que não seguirem as regras.
O dirigente citou o caso do zagueiro Rio Ferdinand, do Manchester United, que se recusou a
passar por uma coleta de urina, há
dois meses. O defensor, titular da
seleção inglesa, chegou a ser barrado do jogo contra a Turquia, em
outubro, pelas eliminatórias da
Eurocopa, devido ao problema.
"Se esse tipo de comportamento
continuar, teremos que criar uma
lei que imponha a suspensão por
toda vida a atletas culpados por
uso de drogas e o rebaixamento
de suas equipes. Se os clubes não
podem controlar seus jogadores,
quem poderá?", argumentou ele.
Blatter disse que a Fifa deverá
intervir no caso Ferdinand. O zagueiro deve ser interrogado hoje
pela federação da Inglaterra.
"A punição rigorosa é o único
meio de assegurarmos que a lei
será igual para todo mundo, pobres e ricos", afirmou Blatter.
Esse novo discurso é bem diferente da prática adotada pela entidade comandada pelo suíço.
A mesma Fifa que prega hoje
maior rigor antidoping já criou
uma série de empecilhos para a
adoção do Código Mundial Antidoping da Wada. O documento
foi apresentado em março, em
Copenhague, na Dinamarca.
Até os Jogos de Atenas-2004, todas as federações esportivas internacionais devem seguir a norma
unificada. Quem não se adequar à
nova lei pode até deixar de fazer
parte do programa olímpico.
A principal queixa da Fifa ao código diz respeito justamente à
suspensão dos jogadores flagrados. Blatter inicialmente se mostrou contrário à pena de dois anos
para o primeiro caso positivo.
Em novembro, a entidade abriu
um precedente e conseguiu flexibilizar o regulamento da Wada.
A agência liberou a Fifa para tratar seus casos individualmente.
Além disso, o futebol ganhou o
privilégio de só aplicar a pena de
dois anos para as ofensas consideradas "graves". Por outro lado, a
entidade assegurou que irá assinar o código brevemente.
Ainda neste ano, a Fifa não aceitou refazer os testes de competições antigas após a descoberta do
THG, um novo esteróide anabólico (grupo de substâncias que aumentam a potência muscular).
Segundo a Fifa, o regulamento
da entidade impediria a iniciativa
por permitir aos laboratórios descartarem as amostras de urina 30
dias após o resultado dos exames.
As federações internacionais de
atletismo, natação e tênis, por
exemplo, executaram o "recall".
No Mundial de atletismo de Paris
foram encontrados dois casos positivos. A natação e o tênis não flagraram nenhum competidor fazendo uso da nova substância.
Com agências internacionais
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