São Paulo, domingo, 18 de dezembro de 2005

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FUTEBOL

Time que fez mais gols em 2005 no país, São Paulo põe à prova invencibilidade de 11 partidas da defesa do Liverpool

Ataque brasileiro do ano testa muralha

DO ENVIADO A YOKOHAMA

Para provar que é boa mesmo, a defesa do Liverpool terá que segurar o time brasileiro que mais fez gols na temporada de 2005.
O São Paulo marcou 165 gols no ano. Mesmo quando não tem uma boa atuação, como no confronto diante do Al Ittihad, o time são-paulino consegue vencer graças à sua força ofensiva.
Com média de 2,12 gols marcados por jogo, o São Paulo só não anotou em 8 das 78 partidas que fez na temporada, em que já ganhou o Paulista e a Libertadores.
"O São Paulo é um time que dificilmente deixa de fazer gols. É uma regularidade que incomoda. Se o adversário tem de fazer gols, também entra preocupado, pois sabe que o nosso time tem uma chegada forte", falou o treinador Paulo Autuori.
No torneio mais importante que disputou até aqui, a Libertadores, o time não falhou nenhuma vez, marcando gols em todos os jogos: 34 em 14 partidas, 9 delas com o atual técnico.
Pelo lado do Liverpool, apesar da fama recente da defesa, o ataque também é prioridade. O São Paulo teme o jogo aéreo do rival. Peter Crouch, de 2 m, é a referência no ataque de um time que gosta de fazer cruzamentos.
Isso é o que mostrou levantamento feito pelo Datafolha nas semifinais do Mundial de Clubes.
O Liverpool fez 26 cruzamentos diante do Saprissa, contra os 20 feitos pelo São Paulo ante o Al Ittihad. E os ingleses ainda tiveram um aproveitamento melhor. O time conseguiu uma eficácia de 46,2% no fundamento. Já o São Paulo teve pouco mais de 25%.
Mas quem pensa que a ginga está mais próxima dos brasileiros nesta final se assusta com o que mostrou a rodada inicial. Tendo em Gerrard seu principal articulador, o Liverpool driblou mais (14 fintas por jogo, o dobro do São Paulo) e trocou mais a bola -fez 384 passes contra 305 do rival.
O aproveitamento acompanha essa iniciativa de bola no chão. Os ingleses acertaram 84,4% dos passes, enquanto o São Paulo teve média de 74,1%.
Para o atacante Aloísio, é na habilidade do meia Gerrard que reside o maior perigo dentro de campo. "Ele tem muita moral lá fora. Arma, dribla e finaliza. Você viu a confiança que ele teve para fazer o gol contra o Saprissa?", comentou.
O jogador da seleção inglesa esbanja confiança. "Nós realmente acreditamos que podemos bater o São Paulo", disse Gerrard.
Para furar a forte muralha do Liverpool, o São Paulo vai continuar apostando nos laterais e também na penetração pelo meio da defesa adversária.
As jogadas que mais resultaram em gol na Libertadores acabaram saindo pelo meio: 13 tentos. Pelos campeonatos Paulista e Brasileiro, essa tendência se manteve.
O time do Morumbi ainda conta com seu retrospecto histórico em jogos oficiais realizados no Japão. Foram quatro até agora, e neles o time nunca passou em branco -foram 12 tentos ao todo, com a ótima média de três por partida disputada.
"O importante é jogar e tentar se doar ao máximo dentro de campo. É o último jogo do ano e a luta por um título que vale muita coisa. É um tricampeonato mundial, coisa que ninguém tem no Brasil", disse Cicinho. (TONI ASSIS)


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