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"Plano B" e Adriano põem Inter no topo do mundo
Estrelas não brilham na final, e Abel recorre a reservas para vencer o Barcelona
DA REPORTAGEM LOCAL
No caminho traçado por Abel
Braga para levar o Inter ao topo
do mundo, Fernandão, Alex e
até o jovem Alexandre Pato figuravam como protagonistas
de uma sonhada conquista
diante do Barcelona, o então
mais temido time do momento.
Mas quando Adriano saiu do
banco de reservas aos 31min da
etapa final e, seis minutos mais
tarde, venceu o goleiro Valdés,
ficou claro que o Inter utilizara
uma espécie de plano B para
conquistar o título mais importante de sua história.
Estratégia que segurou o 1 a 0
ontem, no estádio de Yokohama, e garantiu a taça do Mundial de Clubes da Fifa.
O Al Ahly (EGI), que bateu o
América (MEX) por 2 a 1, ficou
em terceiro lugar.
Saíram os "homens de confiança" de Abel e entraram em
cena personagens que, antes de
o time chegar ao Japão, passavam longe dos holofotes.
O capitão Fernandão, artilheiro do time na Libertadores,
fez uma final discreta. Sentiu
cãibras e foi substituído.
Alex seria o homem da criação no meio-campo gaúcho.
Apagado, deixou a decisão no
intervalo e viu o colombiano
Vargas assumir o setor.
No ataque, um tímido Alexandre Pato esbarrou no vigor
físico da dupla Puyol-Marquez.
Na verdade, quando se esgotaram os 45 minutos iniciais,
era evidente que não seria somente com esses atletas que o
Inter venceria o poderoso Barcelona de Ronaldinho.
Apesar da aplicação na marcação -Ceará perseguiu o camisa 10 por todo o confronto-,
o Inter praticamente não atacou, com exceção de um chute
do zagueiro Índio aos 37min.
Do outro lado, Deco orquestrava as principais jogadas
ofensivas do clube catalão.
Na primeira mais incisiva,
aos 18min, ele deixou a bola
passar para que o holandês Van
Bronckhorst exigisse complicada defesa de Clemer. Desajeitado, ele ainda impediu que Ronaldinho marcasse no rebote.
Um minuto depois, uma entrada de Índio em Ronaldinho
dentro da grande área gaúcha
gerou reclamações dos espanhóis contra o árbitro Carlos
Batres, da Guatemala, que não
assinalou o suposto pênalti.
Mesmo com o zero no placar,
o Barcelona deixou o gramado
com a impressão de que o gol
era apenas questão de tempo.
Na etapa final, Belletti assumiu o lugar do italiano Zambrotta, lesionado.
Xavi também entrou -na vaga de Thiago Motta-, e veio de
seus pés uma das melhores
chances para abrir o placar, aos
28min. Após receber passe de
Deco na área, ele pegou de primeira, cruzado, mas Clemer
mostrou reflexo e defendeu.
Sem Fernandão, machucado,
Alex, apagado, e Pato, intimidado, Abel Braga olhou para o
banco. Era hora de botar em
prática um plano alternativo.
O treinador, então, apostou
nos Adrianos. O mais jovem, de
19 anos, foi o herói da classificação contra o Al Ahly, na semifinal, quando marcou o segundo
e decisivo gol da partida.
Mas veio do xará, 13 anos
mais velho, o lance capital da
decisão. Depois de Iarley puxar
rápido contra-ataque e deixar
Puyol para trás, Adriano recebeu dentro da área e chutou à
esquerda de Valdés, que ainda
resvalou na bola antes de vê-la
cair dentro da meta espanhola.
Depois, foi segurar a bola e
torcer para que Ronaldinho errasse uma cobrança de falta já
nos instantes finais.
"Quando ia entrar em campo,
o Abel disse que confiava em
mim", destacou o dono do confronto momentos após o término da partida.
(PAULO GALDIERI E RENAN CACIOLI)
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