São Paulo, quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

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Ex-seleção, Marquinhos se lança para dirigir a CBB

Pivô de destaque nos anos 70 e 80 é o 4º candidato à presidência do basquete

Ex-jogador, que comandou federação de veteranos, diz que liga de clubes é só "um degrau" e afirma que sua meta é investir na base


ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Um dos mais destacados jogadores do país nos anos 70 e 80, Marquinhos Abdalla, 56, é o quarto candidato à presidência da CBB (Confederação Brasileira de Basquete). As eleições estão marcadas para maio.
"A opinião geral é que não dá para continuar como está. Senti como uma obrigação entrar na disputa", conta Marquinhos.
O ex-jogador se refere aos seguidos vexames internacionais da seleção nacional. O time masculino está fora da Olimpíada desde Atlanta-1996. Já as mulheres acabaram em penúltimo nos Jogos de Pequim, ficando à frente apenas do Mali.
Vice-campeão mundial em 1970 pela seleção, Marquinhos foi presidente da Federação Brasileira de Basquete Master por quatro anos. E não se importa com a ausência de ex-atletas de destaque na presidência de entidades olímpicas.
"Não busco ser pioneiro. Isso é algo passageiro. Quero só fazer um bom trabalho pelo basquete", diz ele, que precisa de apoio para viabilizar seu nome.
Para se tornar candidato, é necessário a indicação de dois presidentes de federações estaduais até o final de janeiro. Caso consiga isso, Marquinhos diz já ter articulado apoios políticos na Câmara e no Senado.
"Terei a ajuda de pessoas mais habituadas ao jogo político para ajudar na campanha."
Além do ex-pivô, haverá mais três candidatos no pleito: o atual presidente, Gerasime Bozikis, o Grego, que tentará o quarto mandato, e dois mandatários de federações: Toni Chakmati (São Paulo) e Carlos Nunes (Rio Grande do Sul).
Chakmati exercia o cargo de vice-presidente de relações exteriores da confederação, e Nunes era assessor da presidência. Ambos romperam com Grego.
"Não acredito que nenhum desses nomes represente mudança. A gente vê, pelo histórico deles, que não fizeram nada pelo basquete", critica ele.
O dirigente conta que, caso seja eleito, mudará o estatuto da CBB para acabar com a possibilidade de vários mandatos.
"Defendo que haja apenas uma reeleição do presidente e que clubes, jogadores e arbitragem também possam votar."
Marquinhos afirma que a organização de uma liga independente, gerenciada pelos clubes, foi um passo importante para a evolução da modalidade. "O pessoal que montou a liga é sério e idôneo. Mas isso representa apenas um degrau", afirma.
"Ainda falta discutir muita coisa: o feminino, a arbitragem, a formação dos treinadores, os trabalhos com as categorias de base. Esse negócio é muito maior do que simplesmente a formação da liga", acrescenta.
Para Marquinhos, o ponto central de sua proposta de mudança do basquete nacional começa pelas categorias menores.
"Temos que realizar um trabalho de massificação mais forte. E seguramente não vamos colher os frutos já em Londres [sede da próxima Olimpíada, em 2012]", afirma o ex-jogador.
"Podemos ter resultado por conta dos bons jogadores que temos, mas o trabalho de formação irá demorar mais para aparecer", complementa ele.


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