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Ex-seleção, Marquinhos se lança para dirigir a CBB
Pivô de destaque nos anos 70 e 80 é o 4º candidato à presidência do basquete
Ex-jogador, que comandou federação de veteranos, diz que liga de clubes é só "um degrau" e afirma que sua meta é investir na base
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Um dos mais destacados jogadores do país nos anos 70 e
80, Marquinhos Abdalla, 56, é o
quarto candidato à presidência
da CBB (Confederação Brasileira de Basquete). As eleições
estão marcadas para maio.
"A opinião geral é que não dá
para continuar como está. Senti como uma obrigação entrar
na disputa", conta Marquinhos.
O ex-jogador se refere aos seguidos vexames internacionais
da seleção nacional. O time
masculino está fora da Olimpíada desde Atlanta-1996. Já as
mulheres acabaram em penúltimo nos Jogos de Pequim, ficando à frente apenas do Mali.
Vice-campeão mundial em
1970 pela seleção, Marquinhos
foi presidente da Federação
Brasileira de Basquete Master
por quatro anos. E não se importa com a ausência de ex-atletas de destaque na presidência de entidades olímpicas.
"Não busco ser pioneiro. Isso
é algo passageiro. Quero só fazer um bom trabalho pelo basquete", diz ele, que precisa de
apoio para viabilizar seu nome.
Para se tornar candidato, é
necessário a indicação de dois
presidentes de federações estaduais até o final de janeiro. Caso consiga isso, Marquinhos diz
já ter articulado apoios políticos na Câmara e no Senado.
"Terei a ajuda de pessoas
mais habituadas ao jogo político para ajudar na campanha."
Além do ex-pivô, haverá mais
três candidatos no pleito: o
atual presidente, Gerasime Bozikis, o Grego, que tentará o
quarto mandato, e dois mandatários de federações: Toni
Chakmati (São Paulo) e Carlos
Nunes (Rio Grande do Sul).
Chakmati exercia o cargo de
vice-presidente de relações exteriores da confederação, e Nunes era assessor da presidência.
Ambos romperam com Grego.
"Não acredito que nenhum
desses nomes represente mudança. A gente vê, pelo histórico deles, que não fizeram nada
pelo basquete", critica ele.
O dirigente conta que, caso
seja eleito, mudará o estatuto
da CBB para acabar com a possibilidade de vários mandatos.
"Defendo que haja apenas
uma reeleição do presidente e
que clubes, jogadores e arbitragem também possam votar."
Marquinhos afirma que a organização de uma liga independente, gerenciada pelos clubes,
foi um passo importante para a
evolução da modalidade. "O
pessoal que montou a liga é sério e idôneo. Mas isso representa apenas um degrau", afirma.
"Ainda falta discutir muita
coisa: o feminino, a arbitragem,
a formação dos treinadores, os
trabalhos com as categorias de
base. Esse negócio é muito
maior do que simplesmente a
formação da liga", acrescenta.
Para Marquinhos, o ponto
central de sua proposta de mudança do basquete nacional começa pelas categorias menores.
"Temos que realizar um trabalho de massificação mais forte. E seguramente não vamos
colher os frutos já em Londres
[sede da próxima Olimpíada,
em 2012]", afirma o ex-jogador.
"Podemos ter resultado por
conta dos bons jogadores que
temos, mas o trabalho de formação irá demorar mais para
aparecer", complementa ele.
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