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Federação paulista veta mimos para árbitros
Entidade usará trios fixos de arbitragem no Estadual
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente da Comissão de
Arbitragem da Federação Paulista de Futebol, o tenente-coronel Marcos Marinho, proibirá os árbitros sob seu comando
de aceitar qualquer presente.
""Proibirei os árbitros de receber qualquer tipo de mimo.
Os dirigentes do São Paulo andaram falando demais, dizendo
que nós somos pidões. Não pegou bem", respondeu ontem
Marinho, ao ser questionado
pela Folha se o episódio envolvendo o árbitro Wagner Tardelli teve reflexo na preparação
dos árbitros para o Paulista-09.
Às vésperas da última e decisiva rodada do Brasileiro, o
presidente da FPF, Marco Polo
Del Nero, pôs em dúvida a arbitragem do Nacional. Haveria
um esquema envolvendo convites para o show de Madonna,
seu vice Reinaldo Carneiro
Bastos, o São Paulo e Tardelli.
""Eles [árbitros] não poderão
aceitar nem os uniformes que
os clubes dão. Se alguém quiser
um uniforme, que vá comprar",
argumentou Marinho.
No código de conduta dos árbitros da FPF, espécie de ""manual de boas maneiras" que
complementa o regulamento,
já existe recomendação para
que não aceitem presentes.
""Agora seremos mais incisivos. O tempo foi passando, passando, não havia elo para que
essa recomendação interferisse na conduta dos árbitros, e
aconteceu esse negócio da Madonna. E não tem reclamação.
Todos os árbitros, quando entram aqui, comprometem-se a
respeitar o que prevêem o regulamento e a comissão", disse.
Outra orientação aos árbitros para evitar polêmicas é
que a partir de agora não se
manifestem depois das partidas. ""Essa é uma orientação,
não uma proibição. Tudo depende. Tem gente que sabe falar, tem gente que não. O que
sabemos é que muita gente se
complicou por conta de falar
demais", declarou Marinho.
""Não importa o que diga, o
árbitro "nunca está com a razão". Então, a partir de agora, a
orientação é para evitar dar entrevistas com a cabeça quente."
Uma outra novidade anunciada ontem, porém restrita
aos gramados, é a instituição de
equipes fixas de arbitragem do
começo ao final do Estadual.
Segundo a federação, a iniciativa é para criar uma coesão,
um ""espírito de equipe" e uma
""melhor comunicação" entre o
árbitro e os seus auxiliares.
Assim, em caso de falha, a
equipe inteira será questionada. Por outro lado, em caso de
sucesso, todos colherão os louros, inclusive financeiros. A federação distribuirá R$ 350 mil
entre as três melhores equipes
de arbitragem. A melhor delas
receberá R$ 200 mil, a segunda
melhor ganhará R$ 100 mil, e a
terceira ficará com R$ 50 mil.
Uma comissão formada por
12 oficiais da FPF que acompanharão os jogos pela TV analisará a atuação de todas as equipes que apitarem e conferirá
notas a elas. Quem acertar
mais receberá notas maiores.
Os relatórios terão prazo de 24
horas para ser emitidos.
""Pela TV, por ter mais ângulos, é mais fácil conferir se o árbitro estava atrasado ou adiantado, se deu impedimento corretamente, e quais as suas condições no momento. Claro, isso
também funciona para o lado
positivo. Se alguém acertar um
lance difícil, será elogiado", disse Marinho.
(EDUARDO OHATA)
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