São Paulo, sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

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Inquérito aponta fotos de torcida com armas

Com imagens, polícia tenta identificar membros de organizada do Coritiba

Investigação sobre violência no Couto Pereira, que ocorreu no dia 6 de dezembro e que terminou com 18 feridos, resultou em 17 indiciados

DIMITRI DO VALLE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

Fotografias apreendidas pela Polícia Civil do Paraná mostram integrantes de uma torcida organizada do Coritiba exibindo armas de fogo, como pistolas e revólveres.
As imagens dos torcedores trajando uniformes da organizada Império Alviverde e com bandeiras do clube paranaense integram o inquérito policial concluído nesta semana.
A investigação terminou com o indiciamento de 17 pessoas por causa da invasão de campo, há 11 dias, ocorrida após o empate do Coritiba com o Fluminense, resultado que selou o rebaixamento dos paranaenses para a Série B. O tumulto no estádio Couto Pereira acabou com 18 pessoas feridas.
Na última terça-feira, a Justiça Desportiva puniu o clube paranaense com a perda do mando de campo de 30 jogos e o pagamento de uma multa de R$ 610 mil. O Coritiba está recorrendo da decisão do tribunal.
As fotos foram localizadas no arquivo do computador de um dos 15 torcedores presos no último sábado, em Curitiba.
A polícia diz que o objetivo agora, com as investigações em andamento, é identificar quem são as pessoas que aparecem segurando as armas e descobrir como elas foram adquiridas.
Para os policiais, as imagens são um indício de que membros da torcida "faziam parte de uma organização criminosa" e não eram apenas torcedores de um clube de futebol.
"As fotos são mais uma prova de que as torcidas organizadas devem ser imediatamente extintas. Essas organizações precisam ser revistas juridicamente e, aí sim, criadas de uma maneira que privilegie o torcedor e acabe com o bandido que usa o futebol para praticar seus crimes", afirmou o secretário da Segurança Pública do Paraná, Luiz Fernando Delazari.
A Folha não conseguiu localizar ontem o presidente da Império Alviverde, Luiz Fernando Corrêa, para comentar o caso. Em ocasiões anteriores, ele disse ser contra a incitação de violência nos estádios. Afirmou também que estava colaborando com a polícia.
A investigação aponta que a torcida organizada do Coritiba tramou a invasão do campo com dez dias de antecedência para protestar contra a má campanha do clube no Campeonato Brasileiro.
A diretoria do Coritiba se diz "vítima" da organizada. Afirma que houve ameaças contra dirigentes antes da partida decisiva. Em sua defesa, também declara ter tomado todas as precauções para evitar problemas no jogo, mas que os agressores "não se intimidaram" com o reforço na segurança e que, por isso, o tumulto aconteceria de qualquer maneira.


Veja mais fotos divulgadas pela PM

www.folha.com.br/093512


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