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Público, "novo" Maracanã fica mais caro
Secretaria de Esportes e Lazer estima em R$ 500 milhões gastos na obra, mas custo real só será definido após licitação
De acordo com o projeto inicial, que previa a reforma custeada totalmente pelo setor privado, seriam gastos R$ 430 milhões no estádio
ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO
Depois de abandonado o projeto de gestão privada do Maracanã, a obra do estádio ficará
ainda mais cara. A secretária de
Esportes e Lazer, Márcia Lins,
afirmou que a estimativa de
gastos é de R$ 500 milhões.
Antes, com o modelo de PPP
(Parceria Público-Privada), o
custo esperado era de R$ 430
milhões. O dispêndio exato, no
entanto, só será definido após a
conclusão da licitação, a ser
aberta no início de 2010.
Lins afirma que o valor previsto anteriormente não era
apontado como "valor máximo
da obra". "Era o valor mínimo
para a licitação, porque a PPP
previa investimentos adicionais que a própria iniciativa
privada faria para valorar o
imóvel, que contariam como
pontuação [na disputa]".
Pelo projeto inicial, a reforma do estádio seria 100% bancada pelo setor privado. Sem a
garantia do ator privado até o
final deste ano, o Maracanã não
seria sede da final da Copa, afirmou Lins, em maio, à Folha.
O governo do Rio abandonou
o modelo de PPP alegando falta
de um fundo garantidor para
socorrer, se necessário, o consórcio privado. Ao anunciar a
mudança, o governador Sérgio
Cabral Filho (PMDB) admitiu
que o custo poderia cair.
Lins afirmou que vai solicitar
o empréstimo de R$ 400 milhões ao BNDES. Para isso, o
custo total teria de subir para
R$ 530 milhões. O teto do banco para financiamento na construção de estádios para a Copa
é de R$ 320 milhões. Acima
disso, o valor do empréstimo
deve equivaler a até 75% do
custo total da obra.
O gasto estimado inclui a urbanização de áreas do entorno
para garantir o espaço exigido
pela Fifa para mídia, patrocinadores e circulação do público.
O Maracanã não é o único a
abandonar o modelo de gestão
privada, onerando os cofres
públicos. Mas em alguns casos
o custo foi reduzido. A estimativa para a construção do Vivaldão, em Manaus, foi de R$ 600
milhões para R$ 400 milhões.
O atraso fez com que o Maracanã fosse o último a apresentar o projeto à Fifa. De acordo
com a secretária, isso foi feito
no dia 2 e já recebeu ajustes.
As intervenções divulgadas
destroem construções feitas
nas últimas obras, que já consumiram R$ 300 milhões. Os
camarotes do anel superior serão retirados para melhorar a
circulação de ar e substituídos
por espaços entre arquibancada e cadeiras inferiores.
O vão entre arquibancada e
cadeira será reduzido para formar uma linha contínua de espectadores e melhorar a visibilidade. Quatro novas rampas
de acesso às arquibancadas serão erguidas para que a evacuação seja feita em oito minutos.
O Maracanã passará a ter nova cobertura para proteger totalmente os espectadores. A
área de imprensa será ampliada (capacidade para 2.995 profissionais) e deslocada para o
anel mais alto do estádio.
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