São Paulo, sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

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Público, "novo" Maracanã fica mais caro

Secretaria de Esportes e Lazer estima em R$ 500 milhões gastos na obra, mas custo real só será definido após licitação

De acordo com o projeto inicial, que previa a reforma custeada totalmente pelo setor privado, seriam gastos R$ 430 milhões no estádio

ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO

Depois de abandonado o projeto de gestão privada do Maracanã, a obra do estádio ficará ainda mais cara. A secretária de Esportes e Lazer, Márcia Lins, afirmou que a estimativa de gastos é de R$ 500 milhões.
Antes, com o modelo de PPP (Parceria Público-Privada), o custo esperado era de R$ 430 milhões. O dispêndio exato, no entanto, só será definido após a conclusão da licitação, a ser aberta no início de 2010.
Lins afirma que o valor previsto anteriormente não era apontado como "valor máximo da obra". "Era o valor mínimo para a licitação, porque a PPP previa investimentos adicionais que a própria iniciativa privada faria para valorar o imóvel, que contariam como pontuação [na disputa]".
Pelo projeto inicial, a reforma do estádio seria 100% bancada pelo setor privado. Sem a garantia do ator privado até o final deste ano, o Maracanã não seria sede da final da Copa, afirmou Lins, em maio, à Folha.
O governo do Rio abandonou o modelo de PPP alegando falta de um fundo garantidor para socorrer, se necessário, o consórcio privado. Ao anunciar a mudança, o governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) admitiu que o custo poderia cair.
Lins afirmou que vai solicitar o empréstimo de R$ 400 milhões ao BNDES. Para isso, o custo total teria de subir para R$ 530 milhões. O teto do banco para financiamento na construção de estádios para a Copa é de R$ 320 milhões. Acima disso, o valor do empréstimo deve equivaler a até 75% do custo total da obra.
O gasto estimado inclui a urbanização de áreas do entorno para garantir o espaço exigido pela Fifa para mídia, patrocinadores e circulação do público.
O Maracanã não é o único a abandonar o modelo de gestão privada, onerando os cofres públicos. Mas em alguns casos o custo foi reduzido. A estimativa para a construção do Vivaldão, em Manaus, foi de R$ 600 milhões para R$ 400 milhões.
O atraso fez com que o Maracanã fosse o último a apresentar o projeto à Fifa. De acordo com a secretária, isso foi feito no dia 2 e já recebeu ajustes.
As intervenções divulgadas destroem construções feitas nas últimas obras, que já consumiram R$ 300 milhões. Os camarotes do anel superior serão retirados para melhorar a circulação de ar e substituídos por espaços entre arquibancada e cadeiras inferiores.
O vão entre arquibancada e cadeira será reduzido para formar uma linha contínua de espectadores e melhorar a visibilidade. Quatro novas rampas de acesso às arquibancadas serão erguidas para que a evacuação seja feita em oito minutos.
O Maracanã passará a ter nova cobertura para proteger totalmente os espectadores. A área de imprensa será ampliada (capacidade para 2.995 profissionais) e deslocada para o anel mais alto do estádio.


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