São Paulo, sexta-feira, 19 de janeiro de 2001 |
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FUTEBOL Outro parlamentar fará campanha pela exclusão do presidente eleito do Vasco da CPI que investiga a CBF e a Nike Deputado quer cassar mandato de Eurico FERNANDO RODRIGUES DA SUCURSAL DE BRASÍLIA O presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP), recebeu ontem uma representação pedindo a cassação do mandato do deputado Eurico Miranda (PPB-RJ), presidente eleito do Vasco, que ganhou ontem a Copa João Havelange. Preparada pelo deputado Pedro Celso (PT-DF), a representação cita a operação em que Eurico Miranda autorizou a troca de um cheque de US$ 110 mil no mercado paralelo, no final de 1998. "A transação efetuada pelo deputado Eurico Miranda não condiz com a ética parlamentar", diz a representação de Pedro Celso. Ele pede a Temer que envie sua solicitação para a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. A CCJ então poderia, argumenta, "tomar as providências cabíveis, inclusive a votação pela perda do mandato do representado". O presidente da CPI da CBF/Nike, deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP), afirmou que a comissão volta a se reunir no dia 30. "O deputado Eurico Miranda deve uma explicação à CPI. Espero que faça isso já no dia 30", afirmou Aldo Rebelo. No Senado, a CPI do Futebol também ouvirá o deputado sobre o caso do cheque. Ontem, a Folha publicou cópia de um cheque de US$ 110 mil nominal ao Vasco da Gama, clube do qual Eurico Miranda é dirigente. O cheque era administrativo (comprado no valor determinado) e foi emitido pela agência do Banco do Brasil em Assunção, capital do Paraguai. O deputado endossou o cheque. Disse então que o entregou a "alguém". Essa pessoa teria dado a Eurico Miranda o valor correspondente em reais. Segundo o deputado, os reais foram lançados na contabilidade do Vasco. Eurico Miranda disse que a pessoa que recebeu o cheque poderia ser um doleiro. A operação não está registrada no Banco Central. Quando a CPI terminar a investigação, se for constatada a operação cambial ilegal, o deputado pode ser responsabilizado por ter infringido o artigo 22 da lei 7.492, que diz o seguinte: "Art. 22 - Efetuar operação de câmbio não autorizada, com o fim de promover evasão de divisas do país: Pena - Reclusão, de dois a seis anos, e multa". A evasão de divisas se configuraria porque o cheque em dólares nunca foi depositado no Brasil. Como era nominal ao Vasco, não poderia ter sido compensado por um doleiro no exterior. Tinha de entrar no Brasil. O Vasco poderia ter uma conta bancária no exterior. Isso é legal e justificaria o câmbio realizado fora do país. Mas Eurico Miranda já declarou que o clube não tem conta fora do Brasil. O deputado federal Geraldo Magela (PT-DF), membro da CPI da CBF/Nike, pede o afastamento de Eurico Miranda da comissão. Diz que fará uma campanha pela exclusão do deputado. "A operação ilegal demonstra que ele (Eurico Miranda) não reúne condições éticas e políticas para permanecer na CPI. Ele é um dos principais investigados. Sua presença como investigador desmoraliza a CPI", disse Magela. Após o jogo, Eurico Miranda foi à comemoração vascaína na quadra de ensaios da escola de samba Unidos da Tijuca, da qual é patrono, e não comentou o assunto. Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Cartola lidera festa da torcida Índice |
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