São Paulo, sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

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William faz 2 e tem triunfo particular

DA REPORTAGEM LOCAL

"Será que vou ser titular?", perguntava o garoto William, 20, aos repórteres que lhe cobravam resposta de titular às vésperas do jogo. Depois, esfregava rápido as mãos e batia palma, doido para jogar.
Escalado desde o início pela primeira vez entre os profissionais, não titubeou. Marcou dois gols, largou na frente na artilharia da equipe no Estadual. A cada gol, batia no peito, mão dentro da camisa. Ainda tinha coração.
William ficou mais de um ano parado quando teve detectado um problema cardíaco, em 2005. Foi desenganado e até trabalhou de secretário no clube.
O desespero era tamanho que, cansado do tédio, topou arriscar a vida. Assinou termos de responsabilidade para jogar em peladas de futebol de salão no seu bairro, Itaquera.
"Acredito que nenhuma folha cai de uma árvore se não for da vontade de Deus. Depositei minha confiança nele e joguei correndo risco. Tinha que jogar futebol", disse ele, que se tornou evangélico após o diagnóstico.
No ano passado, foi liberado para voltar a jogar. Tite e Picerni o utilizaram algumas vezes. Disputou posição com o recém-chegado Caio e ganhou a confiança do técnico.
Ontem, ao ser substituído por Caio, foi ovacionado. "Nunca pensei em desistir do futebol. Sempre acreditei que voltaria. Espero que a minha motivação sirva de incentivo para outras pessoas que passam pelo mesmo problema", afirmou ele, que agradeceu ao médico Nabil Ghorayeb, que o liberou para jogar.0 (MDA)


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