São Paulo, sábado, 19 de janeiro de 2008

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à flor da pele

Oposição a técnicos esquenta clássico

Luxemburgo bate boca na televisão, e Leão fala em pichação encomendada

Rivais, treinadores miram baterias para opositores antes de Palmeiras x Santos, o primeiro confronto entre grandes do Paulista-2008


MARIANA CAMPOS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Um vê inimigos ocultos. O outro já partiu para o ataque contra torcida e imprensa.
Antes de se enfrentarem no primeiro clássico do Paulista-08, amanhã, na Vila Belmiro, os desafetos Emerson Leão e Vanderlei Luxemburgo nem parecem que só fizeram um jogo oficial em seus novos empregos.
Depois de ouvir a Mancha Alviverde lembrar e cobrar a sua saída do clube em 2002, ano do rebaixamento para a Série B do Brasileiro, Luxemburgo partiu para o contra-ataque após a vitória por 3 a 1 sobre o Sertãozinho, anteontem, em Barueri.
Disse que a atitude foi profissional e que repetiria o ato se o seu contrato assim permitir.
Ontem, ele telefonou para a redação do canal "Sportv" e, ao vivo num programa, reclamou de comentário crítico à contratação do meia Léo Lima, novo reforço do Palmeiras.
Nervoso, Luxemburgo lembrou que foi investigado por uma CPI e até disse quanto o reforço vai ganhar -R$ 20 mil fixos mais R$ 30 mil de acordo com os jogos que fizer.
Afirmou ainda que fez um bom trabalho no Santos pelas condições financeiras do clube nos últimos dois anos.
No Santos, Leão levantou ontem a hipótese de as pichações feitas no muro do CT Rei Pelé, após a derrota do time para a Portuguesa na estréia, na quarta, terem sido encomendadas.
"Quando você quer comunicar aquilo que lhe pedem é fácil. Onde foi pichado isso? Por onde você [repórter] entra? Por favor, não generalize a torcida do Santos e, sim, os pagos de alguém", afirmou o treinador.
Questionado se achava as pichações normais ou precoces, Leão disse, rindo, que ficaria com as duas definições. "Significa que era esperado."
Após o revés (0 a 2) para a Lusa, o CT Rei Pelé amanheceu pichado perto da porta utilizada pela imprensa. O zagueiro Betão, ex-Corinthians e recém-chegado ao Santos, teve seu nome ligado à queda à segunda divisão. Havia também a mensagem "Fora Leão". Funcionários apagaram as pichações.
No Palmeiras, o vice de futebol, Gilberto Cipullo, defendeu Luxemburgo e aproveitou para criticar a postura da maior torcida organizada do clube.
"Lamentavelmente, a Mancha Verde fez mais uma manifestação sem sentido, ainda atrelada ao ex-presidente Mustafá [Contursi]. Não se pode atribuir o descenso de um clube a um treinador que saiu na segunda rodada de um torneio."
Para o presidente da torcida, Jânio Carvalho, o gesto de anteontem foi mais um desabafo contra o episódio de 2002. E disse que foi até bom o treinador ter se irritado tanto com o coro. "É bom para mexer com o brio dele. Tomara que ele fique bem bravo e seja campeão. Aí, pode até xingar a gente."


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