São Paulo, sábado, 19 de janeiro de 2008

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FUTEBOL

Pato já é; Patito, ainda não


Enquanto o brasileiro rouba a cena no Milan e no mundo, um homônimo diminutivo "só" desponta na Argentina


RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

P ATO tem 18 anos; Patito, só 17. Pato já joga no Milan; Patito ainda está no Independiente. No último domingo, Pato apareceu de vez para o mundo e fez um gol. Dias depois, Patito surgiu de vez para a Argentina e marcou um gol (de canhota, da entrada da área, mandou a bola no ângulo superior esquerdo de Migliore, o goleiro do Boca Juniors no pentagonal de verão).
Pato tem 1,79 m e 71 kg; Patito, 1,70 m e 60 kg. No site do Milan, ""classe, magia, chega Pato". No do Independiente, ""o novo craque" juvenil mal tem espaço. Alexandre Rodrigues da Silva, o Pato, já aparece na Wikipedia. E a enciclopédia eletrônica resume Patricio Rodríguez a um ex-tenista chileno. Patricio Julián Rodríguez, o Patito, é achado, pouco, em buscadores tipo Google.
Há quem diga que Pato já é craque, e há quem diga que Patito já é Pato. Tostão escreveu que Pato já é antes de ser. Acho que quem já é antes de ser é o Patito. A pior atuação que vi de Pato foi na final do Mundial entre Barça e Inter (o garoto fez ""só" um gol no torneio, quando chamou mais a atenção por uma seqüência de embaixadinhas com o ombro!). Não vi nenhuma atuação de Patito.
O Brasil descobriu Pato no Parque Antarctica, contra o Palmeiras, um show desde o início. A aparição de Patito na Argentina foi também meteórica (entrou contra o Boca no segundo tempo e anotou dois minutos depois), porém ninguém sabe quando ele será titular do Independiente. Pato e Patito são fenômenos deste século tão midiático e marqueteiro.
Vivem um mundo bem diferente daquele dos mestres Pelé, Tostão e Mazzola, que recomendaram certa cautela, cada um a seu modo, com a ""Patomania". E nós podemos curti-los, como alguém curtiu (sem TV a cabo, internet e celular) Pelé antes de todo o planeta vê-lo na Copa-58 e como algum outro curtiu alguma promessa que não deu em nada.
Não ouvi ninguém dizer que viu o Pato jogar e que não ficou muito impressionado. E isso vai de técnicos, olheiros, experientes atletas e jornalistas a simples amantes do esporte. Pode ser que o Pato faça água. Aí, eu direi que ele ""só" foi. Para mim, já é.

JÁ FOI!
O Independiente, time que projetou o apelido ""Rei de Copas", achou um modo de seguir usando sua alcunha mesmo após ser ultrapassado em taças internacionais por Milan e Boca. Agora, é o ""Rei de Copas do século 20". Patito pagará o pato.

VOLTARÁ A SER?
Adriano teve uma estréia no São Paulo melhor que a de Pato no Milan. Neste mundo em que um jogo em Guaratinguetá é seguido em Milão, vamos do céu ao inferno em segundos. Vou esperar mais para entrar na nova onda do Imperador.

JÁ ERA?
Ronaldo faz dois e é coadjuvante...

rbueno@folhasp.com.br


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