São Paulo, terça-feira, 19 de janeiro de 2010

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Receita com patrocínios aproxima Brasil e Europa

Brasileiros se descolam dos rivais sul-americanos em publicidade no uniforme

Puxados pelo Corinthians, que fechou quinto maior contrato do mundo, clubes do país devem arrecadar R$ 320 milhões em 2010

EDUARDO ARRUDA
DO PAINEL FC
MARTÍN FERNANDEZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Ao menos em arrecadação com patrocínio, os clubes do Brasil se descolaram definitivamente dos rivais sul-americanos e estão cada vez mais próximos dos grandes da Europa.
Puxados pelo Corinthians -que vendeu a camisa por R$ 38 milhões e espera chegar a R$ 50 milhões por ano no total com a venda de espaço no calção do uniforme- , as equipes brasileiras devem arrecadar R$ 320 milhões em 2010, segundo projeção feita pela consultoria Crowe Horwath RCS.
O Flamengo também conseguiu o maior contrato de sua história, ao fechar com a Brasil Foods por R$ 25 milhões anuais. O São Paulo, que recebeu R$ 18 milhões da LG em 2009, espera R$ 30 milhões.
Os valores superam em muito o que os maiores times argentinos arrecadam. Boca Juniors e River Plate, somados, praticamente empatam com o Palmeiras, que fechou com a Samsung.
Com o novo acordo, o Corinthians já tem o quinto maior patrocínio do mundo, atrás dos gigantes Real Madrid, Bayern de Munique, Liverpool e Manchester United. "Nós devemos isso à recuperação de nossa credibilidade e ao fator Ronaldo", afirma o presidente corintiano, Andres Sanchez.
A diferença, explica Amir Somoggi, da Crowe, é que na Europa a venda de espaço no uniforme é só uma fração do que os clubes arrecadam com marketing. "O Barcelona não tem patrocinador na camisa e arrecadou mais de 100 milhões em 2009, só com marketing."
Segundo César Gualdani, diretor da TNS Brasil, braço da empresa multinacional de pesquisas, os números atingidos por Corinthians e Flamengo em 2010 estão próximos do teto. "Mas as empresas estão enxergando futebol como ferramenta de comunicação que ajuda na construção da marca."
Até dez anos atrás, os clubes viviam de bilheteria e venda de jogador. A mudança de perfil no faturamento se deu ao longo desta década, quando os times do país profissionalizaram seus departamentos de marketing.
"As empresas se deram conta de que negociavam com profissionais, não com curiosos", diz Julio Casares, vice de marketing do São Paulo. "No nosso caso, não tivemos um 2009 glorioso dentro de campo, mas fizemos ações, demos retorno para os parceiros e por isso queremos pedir mais."


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