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São Paulo, quarta-feira, 19 de fevereiro de 2003

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Em Manaus, equipe estréia na Copa do Brasil na procura por título inédito e vaga na Libertadores

São Paulo busca saída do atalho

José Patrício - 17.fev.03/Folha Imagem
O goleiro são-paulino Rogério, que tem média de 1,11 gol sofrido em jogos pela Copa do Brasil, salta em treino antes da viagem


MARÍLIA RUIZ
DA REPORTAGEM LOCAL

O São Paulo começa hoje a desafiar pela 11ª vez a sua sina de fracassos e a de seu capitão, Rogério, no torneio que ficou famoso como atalho à Libertadores.
A Copa do Brasil, que jamais foi conquistada pelos são-paulinos, virou obsessão, por seu passaporte para a competição sul-americana, para o goleiro e o time do Morumbi, que estréia hoje às 22h, em Manaus, contra o São Raimundo.
Para o São Paulo, a Copa do Brasil, lançada em 1989, passou a valer como "estratégia" para assegurar uma vaga na Libertadores em 1995, depois da conquista do bicampeonato do torneio continental e do vice em 1994.
"Cada ano que passa aumenta a nossa ansiedade, e levar de volta o time à Libertadores é o nosso sonho. Por isso trabalhamos", disse Rogério que, ainda como reserva de Zetti, jogou como titular quatro dos sete jogos (tomou dois gols) do time eliminado nas quartas da Copa do Brasil de 1995.
A vaga de titular definitivo do gol do São Paulo para Rogério veio em 1997. Mas o sucesso no torneio mata-mata não.
Rogério ganhou dois Paulistas (1998 e 2000), um Rio-SP (2001) e um Superpaulista (2002). O São Paulo de Rogério é o pós-Telê Santana, pós-glórias continentais e mundiais. Há nove anos, o time perdeu o tri da Libertadores em casa para o Vélez Sarsfield e nunca mais voltou a disputá-la.
A vez que mais próximo ficou de uma vaga foi em 2000, quando perdeu a Copa do Brasil aos 45min do segundo tempo para o Cruzeiro. Depois de um 0 a 0 no Morumbi, o time de Levir Culpi empatava em 1 a 1 no Mineirão quando o atacante Geovanni chutou, a bola desviou na zaga e enganou o goleiro Rogério.
"Aquela derrota foi muita doída. O jogo foi desastroso. Agora estamos totalmente concentrados em ganhar a Copa do Brasil. É uma questão de honra. O título, que é inédito, dará moral à equipe no Brasileiro. E este ano a expectativa é ainda maior por causa da frustração com a eliminação no Brasileiro-02", afirmou Carlos Augusto Barros e Silva, diretor de futebol do clube.

Pressão
A pressão pela conquista não afeta só os jogadores. As eliminações precoces os últimos anos têm atingido os técnicos e a paciência de Rogério, que duas vezes marcou em Copas do Brasil -em 2000, contra o América; e em 2002, contra o Figueirense.
No último tropeço, na semifinal do ano passado contra o Corinthians, sobrou para o juiz Wilson de Souza Mendonça, que foi cercado pelo goleiro, que teve que ser retirado com o auxílio dos policiais, depois do fim do jogo -reclamava a marcação de uma falta que resultou no gol corintiano.
Sobrou também para o técnico Nelsinho, que dependia do seu rendimento no torneio e no Rio-SP para ser mantido no cargo pela então recém-eleita diretoria de Marcelo Portugal Gouvêa.
Antes, em 2001, quem perdeu a vaga de técnico depois de perder para o Grêmio nas quartas-de-final foi Oswaldo Alvarez. A demissão do treinador foi criticada por Rogério, que assumiu, em nome dos jogadores, a "culpa pela falta vitórias". Na partida da eliminação, no Morumbi, Rogério tomou quatro gols dos gremistas.
Este ano a bola da vez é Oswaldo de Oliveira. Ele sabe e a diretoria não esconde que a sua permanência no clube depende da performance do São Paulo na Copa do Brasil. O seu contrato vence em 30 de junho, 12 dias depois da partida final do torneio.

NA TV - São Raimundo x São Paulo, às 22h45, na Record (com 45 minutos de atraso)


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