|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
OUTRO LADO
Relator, ex-sócio de sindicalista, nega extorsão
DO PAINEL FC
DA REPORTAGEM LOCAL
Auditor do Tribunal de Justiça Desportiva da FPF havia
quatro anos, Washington Rodrigues de Oliveira, 32, diz que
se arrependeu de ter votado pela punição de 12 pontos ao Oeste, mas nega veementemente
que tenha tentado extorquir dinheiro da equipe de Itápolis em
troca da mudança do voto.
"Tive três minutos para julgar e de repente, num processo
assim, o advogado não consegue te sensibilizar, você pode
dar um voto sem refletir tanto,
prejudicar um clube e depois se
arrepender. Houve um arrependimento, queria ter pensado mais", disse o relator, por
telefone, à Folha.
Segundo ele, depois do julgamento, encontrou-se casualmente, num evento do handebol, com Heraldo Panhoca, advogado especialista em direito
esportivo. Ao comentar seu voto com Panhoca, este teria lhe
perguntado se havia visto o
contrato dos atletas antes de tomar a decisão contrária ao Oeste. Respondeu que não.
"Fiquei com isso na cabeça,
perguntei [ao TJD] se poderia
mudar o voto, disseram que
não, então tive que aceitar."
Para Washington, o que deve
ter ocorrido é Hely Bíscaro ter
usado indevidamente seu nome para tirar dinheiro do Oeste. "Nas conversas com ele, falei
de um dinheiro que tenho para
receber da ação de um atleta
que represento contra o Flamengo. É uma ação de R$ 5,2
milhões, tenho direito a 30%,
não ia me sujar por R$ 50 mil."
Afastado ontem mesmo do
tribunal, Washington havia sido indicado por Rinaldo Martorelli, presidente do Sindicato
dos Atletas de São Paulo, de
quem foi sócio num escritório
de advocacia em São Paulo.
"Fechamos o escritório no começo do ano", afirmou o auditor, que disse não se lembrar se,
na época em que foi indicado
para o TJD, era sócio de Martorelli. Procurado pela Folha, o
sindicalista não foi encontrado
para comentar o caso.
Já Bíscaro responsabiliza o
Oeste e o deputado Geraldo Vinholi pela confusão. "Era advogado do Oeste e eles diziam que
estavam dispostos a qualquer
coisa para recuperar os 12 pontos, tinham bala na agulha."
Afirmou também que é filiado ao PDT de Marília, que teria
rivalidade com o mesmo partido em Itápolis, liderado por Vinholi, e que agora o deputado
estaria tentando prejudicá-lo.
"Se a fita [gravada] tem alguma coisa, é que me induziram a
dizer aquelas coisas, eu estava
sendo enganado. Não agi como
intermediário de ninguém.
Posso ter cometido um deslize,
errei ao tentar saber o que pensava o relator [Washington]."
O deputado Vinholi dá outra
versão. Diz que entrou no caso
porque achou a punição de 12
pontos injusta e ficou sabendo
da suposta tentativa de extorsão pela diretoria do Oeste.
O time de Itápolis, por sua
vez, nega que Bíscaro fosse advogado do clube e que tivesse
lhe dito que estava disposto a
qualquer coisa para ter de volta
os 12 pontos.
(FM, JCA, MVM E TA)
Texto Anterior: Resultado do 1º julgamento não mudará, diz TJD Próximo Texto: Panorâmica - Futebol: Irlanda do Norte marca, mas bate recorde negativo Índice
|