São Paulo, domingo, 19 de fevereiro de 2006

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COPA 2006

Técnico atribui popularidade aos bons resultados e diz que conquista do hexa pode ser senha para deixar seleção

Para Parreira, sair por cima é inteligente

DA REPORTAGEM LOCAL

O hexacampeonato, mais popularidade e o fim de seu ciclo na seleção brasileira. Carlos Alberto Parreira não esconde que esse é um cenário que o agrada.
O treinador se diz em dúvida sobre o que fazer com sua carreira depois da Copa da Alemanha, mas dá pistas do que pretende fazer se confirmar o favoritismo do Brasil. "Se for inteligente, paro por cima", disse em entrevista à Folha, por telefone.
Parreira também aponta os motivos da sua aprovação na pesquisa Datafolha. Segundo ele, tudo é fruto dos bons resultados.
Ele afirma ainda que tudo isso vai mudar se sua equipe não levantar a taça em Berlim, no dia 9 de julho, data da final do Mundial. (PAULO COBOS)

Folha - A que atribui seu índice de popularidade?
Parreira -
Sou pragmático. Isso acontece pelos resultados. Ganhamos a Copa América, fomos primeiros nas eliminatórias e não sofremos como nas últimas vezes. Vencemos a Copa das Confederações no ano passado. Houve também uma renovação do time, que basicamente está com a filosofia, com a cara do futebol brasileiro.

Folha - Acha que o torcedor mudou a forma como avalia o seu trabalho na seleção?
Parreira -
Não. O que acontece é que o time ganhou, e jogando bonito. Não que jogasse feio antes, mas agora está agradando. Estamos aproveitando todos os talentos, e os resultados apareceram.

Folha - O fato de o time atual ser mais ofensivo do que aquele que você comandou na Copa-94 não ajuda também?
Parreira -
O que ajuda muito é o estado de euforia dos torcedores com a seleção. São três finais de Copa seguidas. Naquela época [antes do Mundial dos EUA] o Brasil não ganhava uma Copa havia 24 anos, nem chegava na final. Havia sofrimento, e sofrimento atrai dor. Agora não, existe euforia, e alegria atrai alegria. Mas isso também pode mudar rápido. Se você fizer uma pesquisa após um técnico perder uma Copa do Mundo, é claro que os índices vão estar lá embaixo

Folha - Está mais valorizado financeiramente?
Parreira -
Financeiramente não, mas estou realizado profissionalmente. Conseguir esses índices de aprovação depois de 38 anos é extremamente honroso

Folha - Imagine você ganhando o hexacampeonato. Não será a hora de parar por cima?
Parreira -
Se eu for inteligente, sim. Mas não sei. Isso ainda não passou pela minha cabeça. Pragmaticamente seria a hora, para saborear a conquista.


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