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COPA 2006
Técnico atribui popularidade aos bons resultados e diz que conquista do hexa pode ser senha para deixar seleção
Para Parreira, sair por cima é inteligente
DA REPORTAGEM LOCAL
O hexacampeonato, mais popularidade e o fim de seu ciclo na
seleção brasileira. Carlos Alberto
Parreira não esconde que esse é
um cenário que o agrada.
O treinador se diz em dúvida sobre o que fazer com sua carreira
depois da Copa da Alemanha,
mas dá pistas do que pretende fazer se confirmar o favoritismo do
Brasil. "Se for inteligente, paro
por cima", disse em entrevista à
Folha, por telefone.
Parreira também aponta os motivos da sua aprovação na pesquisa Datafolha. Segundo ele, tudo é
fruto dos bons resultados.
Ele afirma ainda que tudo isso
vai mudar se sua equipe não levantar a taça em Berlim, no dia 9
de julho, data da final do Mundial.
(PAULO COBOS)
Folha - A que atribui seu índice de
popularidade?
Parreira - Sou pragmático. Isso
acontece pelos resultados. Ganhamos a Copa América, fomos primeiros nas eliminatórias e não sofremos como nas últimas vezes.
Vencemos a Copa das Confederações no ano passado. Houve também uma renovação do time, que
basicamente está com a filosofia,
com a cara do futebol brasileiro.
Folha - Acha que o torcedor mudou a forma como avalia o seu trabalho na seleção?
Parreira - Não. O que acontece é
que o time ganhou, e jogando bonito. Não que jogasse feio antes,
mas agora está agradando. Estamos aproveitando todos os talentos, e os resultados apareceram.
Folha - O fato de o time atual ser
mais ofensivo do que aquele que
você comandou na Copa-94 não
ajuda também?
Parreira - O que ajuda muito é o
estado de euforia dos torcedores
com a seleção. São três finais de
Copa seguidas. Naquela época
[antes do Mundial dos EUA] o
Brasil não ganhava uma Copa havia 24 anos, nem chegava na final.
Havia sofrimento, e sofrimento
atrai dor. Agora não, existe euforia, e alegria atrai alegria. Mas isso
também pode mudar rápido. Se
você fizer uma pesquisa após um
técnico perder uma Copa do
Mundo, é claro que os índices vão
estar lá embaixo
Folha - Está mais valorizado financeiramente?
Parreira - Financeiramente não,
mas estou realizado profissionalmente. Conseguir esses índices de
aprovação depois de 38 anos é extremamente honroso
Folha - Imagine você ganhando o
hexacampeonato. Não será a hora
de parar por cima?
Parreira - Se eu for inteligente,
sim. Mas não sei. Isso ainda não
passou pela minha cabeça. Pragmaticamente seria a hora, para saborear a conquista.
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