|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
fim da linha
Política e pouca bola derrubam Muricy
Após ser goleado em casa pelo São Caetano, Palmeiras demite treinador e acerta com Antônio Carlos até o final do ano
Em 34 partidas dirigindo o clube, técnico colecionou
13 vitórias, 11 empates e sofreu 10 derrotas, com um aproveitamento de 49%
Rubens Cavallari/Folha Imagem
|
|
Muricy Ramalho, agora ex-treinador do Palmeiras, deixa o
centro de treinamento do clube, ontem
EDUARDO ARRUDA
DO PAINEL FC
RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Muricy Ramalho não resistiu
aos maus resultados e à pressão
política no Palmeiras e foi demitido ontem, depois de 207
dias no comando da equipe.
Para o lugar dele, a diretoria
fechou com Antônio Carlos, do
São Caetano, que assinou contrato até o final da temporada e
será apresentado hoje à tarde.
O acerto foi rápido. À tarde o
Palmeiras procurou o ex-zagueiro, bicampeão paulista e
brasileiro como atleta do time
na década de 90. À noite definiu
o acordo. A reportagem apurou
que o treinador pediu salários
de R$ 175 mil e o Palmeiras
queria dar R$ 100 mil. No time
do ABC, Antônio Carlos ganhava cerca de um terço do valor.
Profissional com perfil de
Antônio Carlos era desejado
havia meses por Cipullo.
Na avaliação dele, o futebol
precisava de alguém que soubesse transitar e dialogar com o
elenco, o que, na visão dos dirigentes, faltava a Muricy.
Antônio Carlos cumpriu bem
esse papel no Corinthians. Por
isso, foi convidado no início do
ano para ser supervisor de futebol no Parque Antarctica. O negócio não deu certo à época
porque ele era tido como "sombra" para Muricy no clube.
A crise no futebol resultou,
também, na saída do gerente
Toninho Cecílio, que oficialmente pediu demissão. No clube desde março de 2007, ele era
um dos homens fortes do departamento, ao lado de Cipullo.
Outro que sai é o diretor Genaro Marino. Seraphim Del Grande assumirá o posto.
Cipullo, que ganhou a queda
de braço travada com Muricy,
avisou que o clube contratará
um novo gerente para a vaga de
Toninho. Mas salientou que a
principal reformulação no futebol "era a saída do treinador".
A gota d'água para a queda do
técnico tricampeão nacional
com o São Paulo foi a goleada
imposta pelo São Caetano, sob
o comando de Antônio Carlos,
anteontem, no Parque Antarctica. Após os 4 a 1, os dirigentes
tinham avisado que alguma
mudança precisaria ser feita.
Durante sua entrevista, após
o jogo, Muricy havia declarado
que não tinha medo de ser
mandado embora. "Se eu tivesse de sair, teria saído em dezembro, quando eu tinha uma
proposta muito forte."
Ontem, ele nem foi ao campo
do CT para dirigir o treino. Despediu-se do elenco no vestiário
e, às 16h30, deixou o local pelo
portão lateral, sem falar com a
imprensa. Tata, seu auxiliar, foi
embora logo em seguida.
Em 34 jogos dirigindo o Palmeiras, Muricy colecionou 13
vitórias, 11 empates e 10 derrotas, com aproveitamento de
49% dos pontos disputados.
O clube terá de pagar aproximadamente R$ 2,5 milhões ao
treinador. A quantia representa metade do total que Muricy
ganharia até o término de seu
contrato, no final deste ano.
Texto Anterior: Painel FC Próximo Texto: Queda de Muricy mostra força de vice Índice
|