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Desorganização já mudou 12 jogos na temporada
PAULO COBOS
da Reportagem Local
A confusão de anteontem no
Torneio Rio-São Paulo é mais um
problema do conturbado início de
temporada do futebol brasileiro.
Em menos de um mês, já aconteceram mudanças nas datas originais de um quinto das partidas só
nas duas principais competições
do país já iniciadas.
Dos 61 jogos da Copa do Brasil e
do Campeonato Paulista que deveriam ser disputados até ontem, 12,
ou 20% do total, não aconteceram
no dia previsto na tabela.
A Copa do Brasil, que nesta temporada passou a ter 64 clubes
-antes eram 42-, é a recordista
de mudanças. Das 19 partidas iniciais da competição, 10 sofreram
alterações de data, ou 53% do total.
No Campeonato Paulista, que teve a tabela anunciada em meados
de 98, dois jogos já tiveram alterações por interesses das TVs, embora a federação local faça propaganda de sua organização.
A confusão no calendário se estende a outros campeonatos, do
país e internacionais, e acontece
menos de dois meses depois da
competição com o recorde de alterações nos anos 90, o Campeonato
Brasileiro do ano passado.
Dos 297 jogos do Brasileiro, 71,
ou 24% do total, aconteceram fora
do dia inicialmente marcado. No
ano passado, a temporada do país
teve duração de 361 dias.
Nesta temporada, a Copa do
Nordeste, por exemplo, começou
com quase um mês de atraso em
relação ao previsto, e o primeiro
jogo ocorreu na semana passada.
Na Taça Libertadores da América, a primeira partida entre Corinthians e Palmeiras, inicialmente
marcada para 24 de fevereiro, sofreu duas alterações até ser oficializada em 27 de fevereiro.
Esses problemas no calendário
acontecem mesmo sem o início da
inchada temporada da seleção brasileira, que pode fazer em 99 o
maior número de jogos da sua história em um só ano.
No total, estão previstas 28 partidas da seleção, a maioria coincidindo com jogos importantes
-caso das semifinais do Paulista.
No atual Torneio Rio-São Paulo,
porém, o W.O. na partida entre
Fluminense e Vasco foi o primeiro
problema registrado, mas não a
primeira tentativa de Eduardo José
Farah, presidente da FPF (Federação Paulista de Futebol), ganhar
força política devido à desorganização do futebol brasileiro.
Em 97, quando aconteceu a "virada de mesa" em favor de Bragantino e Fluminense no Brasileiro, o
dirigente marcou uma reunião na
sede da FPF para decretar a saída
das equipes do Estado da competição -assim como fez ontem.
O que acabou acontecendo na
reunião foi uma proposta de mudança no Campeonato Paulista,
que passaria a ter 48 clubes.
No ano passado, Farah prometeu
lançar sua candidatura à presidência da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) caso a entidade que
dirige o futebol do país continuasse a selecionar os clubes da Copa
do Brasil por convites, como tem
feito desde 95. A CBF manteve a
prática, e, mesmo assim, Farah desistiu de sua candidatura.
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