São Paulo, Sexta-feira, 19 de Fevereiro de 1999
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Desorganização já mudou 12 jogos na temporada

PAULO COBOS
da Reportagem Local

A confusão de anteontem no Torneio Rio-São Paulo é mais um problema do conturbado início de temporada do futebol brasileiro.
Em menos de um mês, já aconteceram mudanças nas datas originais de um quinto das partidas só nas duas principais competições do país já iniciadas.
Dos 61 jogos da Copa do Brasil e do Campeonato Paulista que deveriam ser disputados até ontem, 12, ou 20% do total, não aconteceram no dia previsto na tabela.
A Copa do Brasil, que nesta temporada passou a ter 64 clubes -antes eram 42-, é a recordista de mudanças. Das 19 partidas iniciais da competição, 10 sofreram alterações de data, ou 53% do total.
No Campeonato Paulista, que teve a tabela anunciada em meados de 98, dois jogos já tiveram alterações por interesses das TVs, embora a federação local faça propaganda de sua organização.
A confusão no calendário se estende a outros campeonatos, do país e internacionais, e acontece menos de dois meses depois da competição com o recorde de alterações nos anos 90, o Campeonato Brasileiro do ano passado.
Dos 297 jogos do Brasileiro, 71, ou 24% do total, aconteceram fora do dia inicialmente marcado. No ano passado, a temporada do país teve duração de 361 dias.
Nesta temporada, a Copa do Nordeste, por exemplo, começou com quase um mês de atraso em relação ao previsto, e o primeiro jogo ocorreu na semana passada.
Na Taça Libertadores da América, a primeira partida entre Corinthians e Palmeiras, inicialmente marcada para 24 de fevereiro, sofreu duas alterações até ser oficializada em 27 de fevereiro.
Esses problemas no calendário acontecem mesmo sem o início da inchada temporada da seleção brasileira, que pode fazer em 99 o maior número de jogos da sua história em um só ano.
No total, estão previstas 28 partidas da seleção, a maioria coincidindo com jogos importantes -caso das semifinais do Paulista.
No atual Torneio Rio-São Paulo, porém, o W.O. na partida entre Fluminense e Vasco foi o primeiro problema registrado, mas não a primeira tentativa de Eduardo José Farah, presidente da FPF (Federação Paulista de Futebol), ganhar força política devido à desorganização do futebol brasileiro.
Em 97, quando aconteceu a "virada de mesa" em favor de Bragantino e Fluminense no Brasileiro, o dirigente marcou uma reunião na sede da FPF para decretar a saída das equipes do Estado da competição -assim como fez ontem.
O que acabou acontecendo na reunião foi uma proposta de mudança no Campeonato Paulista, que passaria a ter 48 clubes.
No ano passado, Farah prometeu lançar sua candidatura à presidência da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) caso a entidade que dirige o futebol do país continuasse a selecionar os clubes da Copa do Brasil por convites, como tem feito desde 95. A CBF manteve a prática, e, mesmo assim, Farah desistiu de sua candidatura.


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