São Paulo, segunda-feira, 19 de março de 2007

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Brasil "zera" na ginástica e amarga contusão

Em três finais na França, país encerra sua série de pódios na Copa do Mundo

Em sua estréia, Jade Barbosa chega a duas decisões, mas não ao pódio; Diego Hypólito cai no solo, torce o pé e não viajará para a próxima etapa

CRISTIANO CIPRIANO POMBO
DA REPORTAGEM LOCAL

Não deu para o Brasil. Pela primeira vez em um ano, a ginástica artística nacional deixa uma etapa da Copa do Mundo sem nenhuma medalha. E, para piorar, perde seu melhor atleta, Diego Hypólito, contundido, para os próximos torneios.
Em Paris-Bercy, palco da abertura da temporada e onde disputava três finais, duas com Jade Barbosa (salto e paralelas assimétricas) e uma com Diego (solo), o Brasil até chegou perto, mas não alcançou o pódio.
A última vez em que a Confederação Brasileira de Ginástica viu seus atletas passarem em branco na Copa foi em maio de 2006, em Gent (Bélgica) -o melhor resultado foi um nono lugar nas paralelas assimétricas. "Apesar da contusão do Diego, está ótimo. Não é sempre que venceremos. O objetivo era testar os atletas. E aprovamos o teste", comentou Eliane Martins, supervisora da CBG, que viajou com seis ginastas.
O otimismo da dirigente se deve à performance da carioca Jade, 15, que, em sua estréia no circuito, ficou entre as dez primeiras nos quatro aparelhos (solo, salto, trave e paralelas).
Ontem, nas finais na França, só 0,087 ponto separou a atleta do pódio no salto. Ela ficou em quarto, atrás da italiana Carlotta Giovannini (14,875), da tcheca Jana Komrskova (14,338) e da mexicana Elsa Garcia (14,325). "A Jade foi firme e melhorou bem a nota da classificação [de 13,637 para 14,238]. Está de parabéns", disse Eliane.
Nas paralelas, a ginasta ficou em sétimo. "A faixa [de proteção] estourou, e minha mão começou a escorregar. Achei que ia sair voando", justificou Jade, que caiu na saída do aparelho.
Mas o azar dela não foi tão grande quanto o de Diego no solo. Mesmo admitindo não estar 100% fisicamente -sentia dores nas costas e no tornozelo esquerdo, no qual até usou uma bota de esparadrapo-, Diego esperava obter uma medalha.
Último dos oito finalistas a se exibir, o ginasta paulista arriscou. Mas as costas não suportaram o impacto das acrobacias, e Diego, após pequenas falhas, fechou a série com queda no tablado do Omnisports. Pior: acabou torcendo o pé direito.
O 0,80 ponto perdido com a queda o impediu de ir ao pódio. Acabou em sexto e viu o romeno Marian Dragulescu vencer.
Diego não teve fratura no pé direito, o mesmo que já carrega dois pinos de titânio devido a lesão há cerca de dois anos. Mas, ao contrário do restante da delegação, que amanhã viaja para a etapa da Copa em Cottbus (Alemanha), que começa na sexta, ele voltará ao Brasil.
Apesar de não cumprirem a meta da CBG, que investiu R$ 60 mil para as etapas de Paris-Bercy e Cottbus e queria pódios, Jade e Diego, como prêmio de consolação, faturaram, respectivamente, R$ 1.215 e R$ 520 pelas posições nas finais.


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