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Brasil "zera" na ginástica e amarga contusão
Em três finais na França, país encerra
sua série de pódios na Copa do Mundo
Em sua estréia, Jade Barbosa
chega a duas decisões, mas
não ao pódio; Diego Hypólito
cai no solo, torce o pé e não
viajará para a próxima etapa
CRISTIANO CIPRIANO POMBO
DA REPORTAGEM LOCAL
Não deu para o Brasil. Pela
primeira vez em um ano, a ginástica artística nacional deixa
uma etapa da Copa do Mundo
sem nenhuma medalha. E, para
piorar, perde seu melhor atleta,
Diego Hypólito, contundido,
para os próximos torneios.
Em Paris-Bercy, palco da
abertura da temporada e onde
disputava três finais, duas com
Jade Barbosa (salto e paralelas
assimétricas) e uma com Diego
(solo), o Brasil até chegou perto, mas não alcançou o pódio.
A última vez em que a Confederação Brasileira de Ginástica
viu seus atletas passarem em
branco na Copa foi em maio de
2006, em Gent (Bélgica) -o
melhor resultado foi um nono
lugar nas paralelas assimétricas. "Apesar da contusão do
Diego, está ótimo. Não é sempre que venceremos. O objetivo
era testar os atletas. E aprovamos o teste", comentou Eliane
Martins, supervisora da CBG,
que viajou com seis ginastas.
O otimismo da dirigente se
deve à performance da carioca
Jade, 15, que, em sua estréia no
circuito, ficou entre as dez primeiras nos quatro aparelhos
(solo, salto, trave e paralelas).
Ontem, nas finais na França,
só 0,087 ponto separou a atleta
do pódio no salto. Ela ficou em
quarto, atrás da italiana Carlotta Giovannini (14,875), da tcheca Jana Komrskova (14,338) e
da mexicana Elsa Garcia
(14,325). "A Jade foi firme e
melhorou bem a nota da classificação [de 13,637 para 14,238].
Está de parabéns", disse Eliane.
Nas paralelas, a ginasta ficou
em sétimo. "A faixa [de proteção] estourou, e minha mão começou a escorregar. Achei que
ia sair voando", justificou Jade,
que caiu na saída do aparelho.
Mas o azar dela não foi tão
grande quanto o de Diego no
solo. Mesmo admitindo não estar 100% fisicamente -sentia
dores nas costas e no tornozelo
esquerdo, no qual até usou uma
bota de esparadrapo-, Diego
esperava obter uma medalha.
Último dos oito finalistas a se
exibir, o ginasta paulista arriscou. Mas as costas não suportaram o impacto das acrobacias, e
Diego, após pequenas falhas,
fechou a série com queda no tablado do Omnisports. Pior: acabou torcendo o pé direito.
O 0,80 ponto perdido com a
queda o impediu de ir ao pódio.
Acabou em sexto e viu o romeno Marian Dragulescu vencer.
Diego não teve fratura no pé
direito, o mesmo que já carrega
dois pinos de titânio devido a
lesão há cerca de dois anos.
Mas, ao contrário do restante
da delegação, que amanhã viaja
para a etapa da Copa em Cottbus (Alemanha), que começa
na sexta, ele voltará ao Brasil.
Apesar de não cumprirem a
meta da CBG, que investiu R$
60 mil para as etapas de Paris-Bercy e Cottbus e queria pódios, Jade e Diego, como prêmio de consolação, faturaram,
respectivamente, R$ 1.215 e R$
520 pelas posições nas finais.
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