Tênis vive maior prova de fogo com patrocinadores enquanto descobre novos casos de uso de drogas e apostas ilegais

RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA

"A DIDAS E MARTINA Hingis acertaram contrato de longa duração em San Diego. Hingis começará a vestir material da companhia. A qualidade dos produtos foi um dos fatores determinantes na escolha da tenista. [...] "Martina tem sido dominante no circuito nos últimos três anos, e temos o privilégio de poder estar com ela ao longo das próximas temporadas", afirma Martyn Brewer, responsável pelo marketing global da Adidas. [...] A Adidas está entusiasmada com as oportunidades que se abrem quando se trabalha com Martina."
A ligação com Hingis começou, em 99, e virou um dos maiores casos de sucesso. A forma como a imagem da tenista se consolidaria nos anos seguintes, com saias azul-marinho, tênis impecavelmente brancos listrados e indefectível bandana, tornariam quase nada a verba gasta pela empresa na promoção da marca.
Esse tipo de história tem só um jeito de acabar: o tenista se aposenta, e o patrocinador, agradecido e feliz, mantém apoio até com o atleta fora, só para manter eternizada a imagem do campeão com a marca. Pois Adidas e Hingis desfizeram o acordo. A Adidas disse "adeus". O motivo foi a ligação da tenista com as acusações de uso de cocaína. O tênis vive sua maior prova de fogo com patrocinadores e anunciantes. Drogas, apostas, resultados combinados, briga nas arquibancadas, atletas alegando lesão para não jogar, tudo leva as empresas a uma "reavaliação de oportunidades".
Semana passada, explodiu novo caso de uso de cocaína -um tenista inexpressivo, mas freqüentador do circuito profissional. E se descobriu que foram usados computadores portáveis ao lado da quadra no Torneio de Antuérpia, que teve Justine Henin, para fazer apostas ilegais. Onde isso vai parar? Não se sabe.
Mas sabe-se como tem acabado: "A Adidas é contra o doping no esporte, sob qualquer forma. Abraçamos esse princípio no passado e continuaremos a abraçar esse mesmo princípio no futuro. Por isso, encerramos todo e qualquer contrato com atletas considerados usuários de substâncias proibidas imediatamente".

BANANA BOWL
José Pereira Jr. caiu nas semifinais da principal chave, em São José dos Campos. Os títulos dos 18 anos ficaram com o argentino Juan Vazquez Valenzuela e com a romena Ana Bogdan. Também foram campeões Guilherme Clezar e a chilena Fernanda Brito, na categoria 16 anos, Tiago Monteiro e a boliviana Maria Paula Deheza, na 14, e Silas Cerqueira e Carolina Alves, na 12.

COPA GERDAU
Porto Alegre terá nesta semana um dos mais relevantes eventos infanto-juvenis do mundo. A Associação Leopoldina Juvenil terá a chave na categoria 18 anos. As categorias 12, 14 e 16 anos têm jogos na Sogipa.

reandaku@uol.com.br


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