São Paulo, sábado, 19 de março de 2011

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WTorre rejeita revisar contrato

PALMEIRAS
Construtora da Arena Palestra projeta lucro de US$ 1 bi para o time em 30 anos


EDUARDO OHATA
DO PAINEL FC
LUCAS REIS
DE SÃO PAULO

A construtora WTorre, responsável pela reforma e modernização do Parque Antarctica, afirmou ontem à Folha que não pretende rever ou renegociar o contrato assinado com o Palmeiras.
A revisão do documento, cujos detalhes foram revelados pela Folha na última terça-feira, vem sendo debatido e questionado pela nova diretoria palmeirense. O texto já sofreu críticas do próprio presidente, Arnaldo Tirone.
"Não pretendemos renegociar [o contrato]", afirmou Paulo Remy, CEO da WTorre, ao lado de Rogério Dezembro, ex-diretor de marketing do Palmeiras, hoje diretor de novos negócios da empresa.
"Levamos oito meses negociando e chegamos a um contrato. Como diz um bom caipira, o que é combinado não sai caro", falou Remy.
Os executivos afirmaram que as obras não vão parar e projetaram que o clube deve lucrar aproximadamente US$ 1 bilhão (R$ 1,6 bilhão) com a arena em 30 anos.
Em três décadas, levando em conta a estimativa da WTorre, o Palmeiras receberá, por ano, cerca de R$ 53,3 milhões com as receitas do estádio, que não incluem a bilheteria. Em 2009, o Morumbi gerou ao São Paulo a receita de R$ 31,2 milhões -e despesas de R$ 9,1 milhões.
"A diferença é que o Palmeiras não terá gastos de manutenção com o estádio, que hoje são de R$ 9 milhões anuais", disse Dezembro. Em 2009, a receita total do Palmeiras foi de R$ 125 milhões.
Ficou evidente a irritação de Remy em relação às dificuldades que alas palmeirenses, "e alguns jornalistas", têm imposto à obra.
"O contrato, que é maravilhoso para o Palmeiras, foi discutido em todas as instâncias", disse. "Essas polêmicas prejudicam o Palmeiras. Temos que trabalhar de mãos dadas. Somos o maior parceiro do Palmeiras hoje."
Remy também minimizou as questões envolvendo os vetos do clube no futuro estádio, como a proibição de treinamentos e utilização do local para as divisões de base. "Estamos falando do sonho do Palmeiras, que é ter uma mega-arena. Mas está se discutindo se o clube pode jogar amistosos lá", declarou.
E afirmou que a escolha do projeto foi do Palmeiras. "Ele [Palmeiras] poderia ficar com o Palestra e treinar lá. Ele fez uma opção pelo melhor negócio. Mas não dá para conciliar tudo. Não dá para investir R$ 300 milhões e o Palmeiras continuar tratando o estádio como se fosse o antigo Palestra", disse Remy.
"O Palmeiras foi o grande beneficiado. Terá um novo estádio, participa das receitas líquidas, livra-se da manutenção e não correrá riscos", afirmou Dezembro.


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