São Paulo, segunda-feira, 19 de abril de 2004

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VÔLEI

O campeão

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

Na reta final da Superliga, a Unisul atropelou todo mundo e beirou a perfeição. Quer melhor do que isso? Nas semifinais, eliminou o Minas em três jogos. Na disputa pelo título, para espanto geral, derrotou a Ulbra três vezes seguidas e não perdeu nenhum set sequer.
Mas, afinal, qual foi o grande mérito da Unisul? O time mostrou um saque devastador e um ataque da pesada com Milincovic, Dirceu, Badá e André Heller. Mais: o levantador Marcelinho deu um show de bola. E, para completar, quando o passe não saía, tinha ainda o argentino Marcos Milincovic para descer a mão.
E você sabe: quando uma equipe tem o seu principal atacante em grande fase, já é meio caminho para a vitória. Basta ver os números: Milincovic foi eleito o melhor jogador da Superliga, o dono do saque mais eficiente e ainda o maior pontuador do torneio, com 511 pontos. Quer mais do que isso?
Está certo que o time catarinense também contou com o surpreendente excesso de erros da Ulbra. Basta ver as estatísticas do terceiro jogo, anteontem. Dos 75 pontos da Unisul, 27 foram de falhas do adversário. Mais de um set só de erros. É muita coisa.
Esperava uma decisão bem mais disputada. A Ulbra tem bons jogadores, fez uma grande campanha, mas não se encontrou nas finais. O levantador, os ponteiros, os centrais: ninguém jogou bem. Nem Anderson, o oposto da seleção contratado como reforço, resolveu. Quando entrou em quadra, jogou muito mal.
Resta à Unisul, comandada pelo valente técnico argentino Carlos Weber, comemorar. Afinal, foi o primeiro título na Superliga de uma equipe catarinense. E o primeiro também do ex-jogador Renan, que há cinco anos comanda o projeto de vôlei dessa universidade de Santa Catarina.
No feminino, tudo indica que o duelo entre Finasa/Osasco e MRV/Minas será mais disputado. No primeiro jogo, o Minas teve melhor aproveitamento no ataque (54 pontos contra 50) e no bloqueio (13 a 11). A diferença, que deu a vitória por 3 sets a 1 ao Osasco, foi no número de erros: 31 contra 15.
O time paulista também teve outro grande mérito. Com o saque tático, conseguiu neutralizar Virna, a principal atacante do Minas. Maior novidade da equipe mineira, a aplicação do bloqueio triplo ainda não mostrou muita eficiência e precisa de ajustes. O time está chegando muito quebrado ao bloqueio.
O Minas também jogou sem a levantadora Gisele, que torceu o tornozelo direito, mas deve voltar no próximo jogo, na quarta-feira, em Belo Horizonte. Do lado do Osasco, a queixa é o cansaço das atletas, que fizeram uma série de cinco partidas nas semifinais contra o Rexona.
A lista das jogadoras da seleção brasileira inscritas no Grand Prix já está dando o sinal: Mari, atacante do Osasco, está relacionada entre as 18. Para quem está acompanhando os seus jogos, não há dúvidas: ela ficará entre as 12 da seleção e tem tudo para conquistar a posição de titular.

Grand Prix
A maior surpresa na relação das 18 jogadoras inscritas no Grand Prix foi Jaqueline, atacante do Osasco que está voltando a atuar depois de uma cirurgia no joelho. As inscritas são: Fernanda, Fofão e Gisele (levantadoras); Arlene e Fabi (líberos); Valesquinha, Walewska, Fabiana e Caroline (centrais); Érika, Virna, Sassá, Mari e Jaqueline (ponteiras); Leila, Elisângela, Bia e Raquel (opostas).

Italiano
Terminou a participação dos brasileiros no Italiano deste ano. O Cuneo, de Giba, foi eliminado pelo Macerata por 3 sets a 2 no quinto jogo das quartas-de-final. O Macerata, que joga as semifinais com o Sisley Treviso, não terá Nalbert, que operou o ombro esquerdo e está fora da fase final. Os outros semifinalistas são Piacenza e Perugia.

E-mail cidasan@uol.com.br


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