São Paulo, quarta-feira, 19 de abril de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FUTEBOL

Turbinado pelo dinheiro da MSI, time tenta bisar feito de elencos medianos do clube para prosseguir na Libertadores

Corinthians abonado joga pela obrigação

EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

O milionário Corinthians tenta hoje alcançar o que times bem mais modestos montados no Parque São Jorge conseguiram sem muito esforço: ir à fase de mata-matas da Libertadores.
Para isso, basta empatar com o Deportivo Cali, às 21h45, no Pacaembu. Isso já igualaria feito dos times de 1991, 1996 e 2003. Nessas três jornadas, a equipe corintiana, sem estrelas como agora, avançou, mas parou no máximo nas quartas-de-final.
Hoje, o time de mais de R$ 150 milhões, investidos pela MSI, sonha bem mais alto. Nunca na história do clube houve cobrança tão grande para um título do principal torneio das Américas.
Um alento é que, em sua melhor performance até hoje na competição, o time também era amparado por dólares de um parceiro endinheirado. Em 2000, o Corinthians chegou às semifinais e foi eliminado pelo arqui-rival Palmeiras. Tinha uma equipe que contava com atletas como Gamarra, Edílson, Rincón, Marcelinho, Luizão e Ricardinho.
Remanescente daquele grupo, que levantou o Mundial de Clubes da Fifa, Ricardinho afirma que não há como comparar.
"Mas é claro que, em um grupo, quanto mais jogadores importantes, mais cresce a responsabilidade. Os objetivos daquela época e de agora são os mesmos", disse o meio-campista corintiano.
"Nós temos [hoje] um grupo capaz, experiente e que sabe a receita do sucesso", acredita ele.
A fórmula corintiana para o bom futebol, porém, ainda não foi encontrada na Libertadores. O clube chega à última rodada da fase de grupos sem ter convencido.
No Pacaembu, o Corinthians empatou por 2 a 2 com a Universidad Católica e, a duras penas, venceu o Tigres por 1 a 0. No duelo de hoje, o estádio estará lotado. Os 33,5 mil bilhetes para a partida se esgotaram na semana passada.
A Universidad Católica, do Chile, lidera com dez pontos, mesmo número do Corinthians, mas com um saldo de gols melhor (2 a 1).
Se os chilenos vencerem o Tigres, do México -também hoje à noite-, e os corintianos ganharem dos colombianos, a vaga pelo primeiro lugar da chave será definida no saldo de gols.
O Tigres está em terceiro no Grupo 4, com sete pontos, e ainda sonha com um lugar nos mata-matas, já que atua em casa. O Deportivo Cali, com apenas um ponto ganho, está eliminado.
Ser o primeiro colocado significa enfrentar nas oitavas-de-final um dos oito segundos colocados e decidir a vaga em casa. Ficar em segundo significa pegar um dos oito primeiros classificados e decidir o futuro na Libertadores fora de seus domínios.
"Não dá para saber o que é melhor. Às vezes você pega um segundo colocado mais forte que um primeiro. Mas posso dizer que vamos jogar para ganhar, e bem", declarou o técnico corintiano, Ademar Braga.
Para o duelo de hoje, ele terá a volta do meia Carlos Alberto, que está recuperado de lesão.
O atleta atuará no lugar de Roger, que foi sacado do time pelo treinador. Braga negou que tenha problemas com o meia, que tem treinado com a cara fechada e se recusado a dar entrevistas.
"O Roger não está feliz porque está na reserva, mas ele me respeita e eu o respeito. Eu o quero aqui feliz ou infeliz. Mas ele vai acabar jogando", afirmou o técnico.
Outro que faz péssima temporada em 2006, o lateral-esquerdo Gustavo Nery está suspenso e não irá atuar. Ele foi expulso no duelo contra a Universidad Católica por xingar o árbitro.
Rubens Júnior será o substituto hoje à noite. "Tenho praticamente as mesmas características do Gustavo. Gosto muito de atacar e acho que a postura da equipe não irá mudar com a minha entrada", disse o jogador.


NA TV - Globo (só para SP) e Sportv 2 (menos para SP), ao vivo, às 21h45


Texto Anterior: Vôlei: Quadra alagada em Niterói adia terceiro jogo decisivo
Próximo Texto: Frase
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.