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Basquete de SP vê duelo de casal na prancheta
Pela 1ª vez, Paulo Bassul, do Ourinhos, e Mila Rondon, do Americana, se opõem
Dupla, que trabalhou unida por 17 anos, tem ambição distinta: treinador busca o tetra, e sua mulher almeja apenas fazer boa campanha
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Paulo montava várias estratégias para tentar brecar a armadora baixinha do time adversário. Invariavelmente a
AABB perdia, graças às boas investidas de Mila, do Unidade
Vizinhança, mesmo time do
Distrito Federal em que o cestinha Oscar iniciou a carreira.
Vinte anos depois, o Paulista
feminino verá de novo o duelo
entre Paulo Bassul, 39, que dirige o Ourinhos e assume a seleção após o Pan, e Mila Rondon,
43, técnica do Americana. Agora, porém, com um atrativo a
mais: será um confronto entre
marido e mulher treinadores.
""É uma experiência difícil.
Porque eu torço para meu time
e também pelo sucesso dele",
conta Mila, que, pela primeira
vez, não será assistente do marido em um time adulto.
"Já avisei que haverá troco se
a torcida de Ourinhos me xingar. Ele vai se ver comigo",
brinca ela, que já tem data marcada para enfrentar o marido:
26 de maio, fora de casa.
Morando juntos desde 1991,
quando a dupla se transferiu de
Brasília para o basquete paulista, Bassul e Mila afirmam possuir estilos diversos. "Ela é
mais tranqüila do que eu", admite o treinador, que, mesmo
assim, não tem fama de durão.
"A Mila é psicóloga e sabe
mexer muito com a parte motivacional. Aprendi com ela a valorizar mais a preparação mental", completa ele, que trabalhou com a companheira por 17
anos, em Brasília, Piracicaba,
Campinas e Americana.
Mila afirma também ter tirado proveito da longa convivência com o marido. "O Paulo fica
mais alterado durante o jogo.
Eu sou calma. Mas ele é mais
estudioso da parte tática e técnica. Está sempre lendo, tentando descobrir coisas novas
para aplicá-las. Trocamos muitas idéias sobre treinos."
Tal intercâmbio, agora, será
interrompido por uns tempos.
Apesar disso, Bassul aprecia a
situação inusitada que irá viver.
"Será uma boa oportunidade
para ela crescer. Não posso dizer que somos rivais. Nossos times têm projetos diferentes."
De fato, no papel, Bassul vive
agora situação inversa. Sua a
equipe é a favorita. O Ourinhos
é o tricampeão paulista e cotado para um novo título da competição, que começa amanhã,
com o jogo entre seu time e o de
Jundiaí. Já o Americana investe em um elenco jovem, aposta
em revelações -como as pivôs
Danila, 2,04 m, e Fabiana, 1,94
m- e sua maior ambição é figurar entre os semifinalistas.
"Foi legal saber que a semente que plantamos juntos lá não
morreu e está sendo bem conduzida por ela", afirma Bassul,
que assumirá a seleção brasileira feminina no lugar de Antonio Carlos Barbosa após o Pan-Americano do Rio, em julho.
A última vez que o Ourinhos
perdeu uma decisão em São
Paulo foi em 2003, justamente
para o Americana. No banco,
Bassul dirigia o vice-campeão.
Dois anos depois, o clube fechou o adulto e ficou só nas categorias menores. A boa campanha na base em 2006 gerou a
nova investida na elite.
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