São Paulo, sábado, 19 de abril de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FPF torna invasão da Mancha caso de polícia

RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC

A Federação Paulista de Futebol registrou um boletim de ocorrência após a invasão da torcida organizada do Palmeiras Mancha Alviverde, anteontem, na sede da entidade.
As fitas do circuito de segurança foram encaminhadas ao 23º DP, localizado na região de Perdizes, para que sejam identificados os membros da facção que entraram à força no prédio que fica na Barra Funda.
A entidade deverá pedir a abertura de inquérito. O promotor público Paulo Castilho disse não ver outra saída para o caso que não seja o pedido de extinção da Mancha.
"O que aconteceu foi lamentável. A Mancha está dando exemplo do que não deve ser uma torcida organizada. Brigou em Ribeirão, não participa das reuniões. Eu, como promotor, não vislumbro outra saída que não seja a extinção da Mancha Alviverde", falou Castilho.
Anteontem, cerca de 30 integrantes da torcida palmeirense foram até a sede da FPF acompanhar o sorteio dos árbitros para as semifinais do Paulista. Após discutirem e trocarem empurrões com os seguranças, eles pularam as catracas e entraram no local da reunião.
Acalmados os ânimos, o chefe da Comissão de Arbitragem da entidade, o coronel Marcos Marinho, até convidou um dos integrantes da facção palmeirense para retirar a bolinha do globo com o nome do juiz Wilson Luiz Seneme, sorteado para apitar o clássico de amanhã no Parque Antarctica.
O gesto do coronel causou estranheza por ir na direção contrária do que a própria federação fez durante o Paulista-08.
Após incidentes protagonizados não só pela Mancha mas também pela são-paulina Independente no clássico do dia 16 de março, em Ribeirão Preto, a FPF proibiu até o término do campeonato a entrada nos estádios das duas uniformizadas.
"Ninguém da federação reclamou comigo", afirmou Marinho. "Se existia uma desconfiança [em relação à honestidade do sorteio], era a hora de dar uma resposta, de eles verem que não tinha bolinha pesada nem nada", completou.
A Mancha já havia reclamado publicamente da escolha dos juízes feita pelo coronel.
Castilho também minimizou a atitude de Marinho.
"É duro falar. Não estava ali para sentir o clima. Mas o coronel é bem experiente, trabalhou 20 anos com torcidas. Foi a fórmula que ele encontrou para contornar a situação, uma resposta encontrada para o ato de brutalidade da torcida."
Segundo o promotor, o grande problema relacionado às torcidas organizadas continua sendo a legislação amena a favor dos baderneiros.
"Se tivéssemos uma legislação mais avançada, a conduta desses maus torcedores seria apenada com reclusão. Eles estariam presos hoje, e não na rua", afirmou Castilho.


Texto Anterior: Desmanche já ameaça clube novato
Próximo Texto: Santos: Kléber Pereira assina renovação até 2009
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.