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FPF torna invasão da Mancha caso de polícia
RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL
RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC
A Federação Paulista de Futebol registrou um boletim de
ocorrência após a invasão da
torcida organizada do Palmeiras Mancha Alviverde, anteontem, na sede da entidade.
As fitas do circuito de segurança foram encaminhadas ao
23º DP, localizado na região de
Perdizes, para que sejam identificados os membros da facção
que entraram à força no prédio
que fica na Barra Funda.
A entidade deverá pedir a
abertura de inquérito. O promotor público Paulo Castilho
disse não ver outra saída para o
caso que não seja o pedido de
extinção da Mancha.
"O que aconteceu foi lamentável. A Mancha está dando
exemplo do que não deve ser
uma torcida organizada. Brigou
em Ribeirão, não participa das
reuniões. Eu, como promotor,
não vislumbro outra saída que
não seja a extinção da Mancha
Alviverde", falou Castilho.
Anteontem, cerca de 30 integrantes da torcida palmeirense
foram até a sede da FPF acompanhar o sorteio dos árbitros
para as semifinais do Paulista.
Após discutirem e trocarem
empurrões com os seguranças,
eles pularam as catracas e entraram no local da reunião.
Acalmados os ânimos, o chefe da Comissão de Arbitragem
da entidade, o coronel Marcos
Marinho, até convidou um dos
integrantes da facção palmeirense para retirar a bolinha do
globo com o nome do juiz Wilson Luiz Seneme, sorteado para apitar o clássico de amanhã
no Parque Antarctica.
O gesto do coronel causou estranheza por ir na direção contrária do que a própria federação fez durante o Paulista-08.
Após incidentes protagonizados não só pela Mancha mas
também pela são-paulina Independente no clássico do dia 16
de março, em Ribeirão Preto, a
FPF proibiu até o término do
campeonato a entrada nos estádios das duas uniformizadas.
"Ninguém da federação reclamou comigo", afirmou Marinho. "Se existia uma desconfiança [em relação à honestidade do sorteio], era a hora de dar
uma resposta, de eles verem
que não tinha bolinha pesada
nem nada", completou.
A Mancha já havia reclamado
publicamente da escolha dos
juízes feita pelo coronel.
Castilho também minimizou
a atitude de Marinho.
"É duro falar. Não estava ali
para sentir o clima. Mas o coronel é bem experiente, trabalhou 20 anos com torcidas. Foi
a fórmula que ele encontrou
para contornar a situação, uma
resposta encontrada para o ato
de brutalidade da torcida."
Segundo o promotor, o grande problema relacionado às
torcidas organizadas continua
sendo a legislação amena a favor dos baderneiros.
"Se tivéssemos uma legislação mais avançada, a conduta
desses maus torcedores seria
apenada com reclusão. Eles estariam presos hoje, e não na
rua", afirmou Castilho.
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