São Paulo, sábado, 19 de abril de 2008

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MOTOR

Falta de quórum

Prepotência da FOM, que vê F-1 como clube fechado, só faz emagrecer o grid, que deve voltar a ter 20 carros

FÁBIO SEIXAS
EDITOR-ADJUNTO DE ESPORTE

A F-1 tinha tudo para colocar 24 carros no grid nesta temporada. Os 22 das 11 equipes que disputaram os últimos Mundiais, mais os dois da Prodrive, escuderia que há dois anos foi "confirmada" pela FIA para a temporada de 2008.
Muito provavelmente, porém, fechará o campeonato com apenas 20. Pior: este pode ser o quórum na Espanha, no próximo fim de semana.
Agonizante há meses, a Super Aguri descobriu na quarta que os US$ 70 milhões/ano prometidos por um investidor de Dubai por cinco temporadas não aparecerão. Pediu socorro à Honda e ouviu um não.
O orçamento da Super Aguri para este ano é de 80 milhões. Cerca de R$ 211 milhões queimados. Porque o time de Aguri san quase não aparece na TV, não pontua, não fede nem cheira. Apenas enche o grid.
Mas enche o grid.
Gostinho que a Prodrive não teve o prazer de sentir. Chefe de equipe competente -a ponto de fazer da BAR a vice-campeã de 2004-, David Richards viu frustrado seu plano de lançar uma equipe usando como base chassis e motores produzidos pela McLaren. Sim, Toro Rosso e Super Aguri fazem isso com Red Bull e Honda, mas nenhuma delas ameaça o establishment.
A Prodrive o faria, e por isso não conseguiu aprovação das equipes para ir para a pista -a claudicante Williams tomou a linha de frente.
Em comum entre as duas histórias, a passividade da FIA, temperada com doses cavalares de prepotência da FOM. A primeira se limita a publicar regulamentos estapafúrdios. A segunda vê a F-1 como um clube exclusivo, em que postulantes a associados precisam implorar de joelhos para entrar.
O resultado será sentido na prática logo, com só 20 carros no grid.
Cenário triste que a F-1 viveu entre 2003 e 2005 e que contrasta com os tempos de fartura de décadas atrás. Tempos em que havia, diga-se, chassis e motores de aluguel -a Williams, vexatória ironia, que o diga. Tempos que não eram piores porque havia cinco ou seis times que não fabricavam seus carros. Muito pelo contrário.

TURISMO
"Ô, patrão, quer estacionar lá dentro?" O cambista oferecia credenciais (!!??) da Stock para parar o carro no miolo de Interlagos. Noves fora a imoralidade, dentro da lógica dessas plagas cambista é sinônimo de sucesso. A Stock cresce, empurrada pelo "Bom Dia, Brasil", pelo "Globo Esporte", pelo "JN". Agora, é só acabar com a chatice do reabastecimento obrigatório.

TURISMO
Com Lamborghinis, Ferraris, Porches e quetais, e com Piquet a partir da segunda etapa, a GT3 começa neste fim de semana em Curitiba. O www.racetv.com.br mostra as provas, além da F-3 sul-americana.


fseixas@folhasp.com.br

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