São Paulo, domingo, 19 de maio de 2002

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FUTEBOL

Enfraquecido, "trio de ferro" disputa competição com menos da metade de jogadores de seleção em relação a 2001

Superpaulista tem legião de anônimos

PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O Estado que se orgulha de ter o futebol mais poderoso do país vai fazer um "supercampeonato" bastante enfraquecido pelo nível técnico de seus participantes.
Juntos, os empobrecidos Corinthians, Palmeiras e São Paulo terão em condições para a disputa da competição apenas nove jogadores que já estiveram na seleção.
Mesmo se os seis atletas desses times que estão hoje servindo o time de Luiz Felipe Scolari estivessem à disposição, a situação não seria a mesma de anos anteriores.
No ano passado, por exemplo, os três times mais poderosos de São Paulo tinham, somados, 23 atletas com passagens pela seleção nacional em seus elencos.
As estrelas que ficaram para jogar o Supercampeonato Paulista, que -além do "trio de ferro"- terá a participação do Ituano, também nunca se firmaram na seleção. Os corintianos Fábio Luciano, Rogério, Ricardinho e Kléber tiveram participações muito discretas com a camisa da seleção brasileira, assim como os palmeirenses César e Christian.
No São Paulo, a situação dos jogadores de "nível de seleção" é ainda pior. O zagueiro Emerson e o meia Souza são reservas. O atacante França ainda não está recuperado de contusão e não irá enfrentar o Palmeiras hoje.
Dos nove selecionáveis, os únicos que foram chamados para defender a equipe nacional durante a era Scolari foram Kléber, Emerson e França.
"Isso [a ausência de estrelas] diminuiu muito a importância do clássico", declara o meia palmeirense Lopes, reconhecendo a falta que jogadores de nome irão fazer na competição estadual.
Sem astros, os grandes irão recorrer a muitas revelações e jogadores mais modestos. Para o lugar de Dida, o Corinthians vai escalar Doni. O Palmeiras irá apostar em jogadores de seu time B, que disputa a terceira divisão. No São Paulo, veteranos como o goleiro Roger e o meia Adriano serão usados como titulares.
Em um passado não muito distante, o Paulista contava com uma constelação de craques.
Na edição de 1999, por exemplo, o Corinthians tinha Gamarra, Ricardinho, Marcelinho, Rincón e Vampeta. O Palmeiras alinhava Arce, Júnior, César Sampaio, Alex, Zinho e Evair. Já o São Paulo ostentava em seu elenco Raí, Márcio Santos, Dodô e Serginho. Os corintianos foram campeões.
Mas não é só pela qualidade dos jogadores que o Supercampeonato Paulista não vai honrar o nome.
Receosa de marcar um clássico para o Morumbi e ver depois as arquibancadas vazias, a Federação Paulista agendou o jogo de hoje entre Palmeiras e São Paulo para o estádio Anacleto Campanella, em São Caetano, que comporta menos de 25 mil pessoas.
Times que fizeram a história do Estadual também não terão o gosto de disputar a competição agora, como o Santos, que fez sua estréia no Paulista na década de 10.
Na mesma situação estão Lusa, Guarani e Ponte Preta, que não conseguiram vaga pelo desempenho ruim no Torneio Rio-SP.
Um dos poucos atrativos do torneio que começa hoje estará no banco de reservas, apesar de o corintiano Carlos Alberto Parreira ter abdicado de treinar seu time no certame para acompanhar a Copa. Juntos, o palmeirense Wanderley Luxemburgo e o são-paulino Oswaldo de Oliveira acumulam seis títulos do Estadual.
O Supercampeonato Paulista terá apenas seis jogos. Tanto as semifinais quanto a final serão realizadas em séries de duas partidas.


Colaborou Eduardo Arruda, da Reportagem Local


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