|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
COPA 2006
Em Londres, ex-jogador diz que meia-atacante não foi bem no último Mundial e, em livro, alfineta Ronaldo
Ronaldinho ainda não é fato, afirma Pelé
FÁBIO VICTOR
DE LONDRES
Sempre implacável com os que
se aproximam minimamente do
seu pedestal sagrado, Pelé relativizou, ontem, em Londres, o fenômeno Ronaldinho.
Questionado se o craque do
Barcelona, já colocado por muitos
no panteão dos monstros sagrados do futebol, poderia ganhar
sozinho a Copa do Mundo-2006
para o Brasil, assim como Mané
Garrincha e Diego Maradona já fizeram para as suas seleções, o ex-jogador afirmou que "Ronaldinho ainda não é fato".
Disse isso se referindo a Mundiais. "Na Copa passada, por
exemplo, ele não teve uma atuação de destaque", apontou Pelé.
"Ele tem tudo para que esta seja
a Copa dele, é um excelente jogador, vamos esperar que seja."
Em seguida, desdenhou dos comentários cada vez mais freqüentes de que Ronaldinho está no encalço dele como o maior da história: "Há alguns anos também diziam que o Zidane estava perto de
ser o melhor do mundo...".
Na cidade para o lançamento de
sua autobiografia, Pelé se colocou
no seu devido lugar. "Quem é
que, 30 anos depois de parar, faz
coisas como a que vi hoje na livraria [sessão de autógrafos]? Meninos de dez anos chorando quando chegavam perto do Pelé. Isso
só pode ser uma coisa de Deus",
comentou, durante recepção oferecida a ele pelo embaixador do
Brasil em Londres, José Maurício
Bustani, que o agradeceu calorosamente pelo papel de embaixador mundial do país.
O Rei do Futebol também falou
sobre Ronaldo. No seu livro, Pelé
alfineta o atacante do Real Madrid, dizendo que certas pessoas
"freqüentemente têm memória
seletiva". Ele se queixa de que
sempre apoiou Ronaldo, mas que
o atleta recentemente o atacou,
dizendo que ele deveria fechar a
boca, pois só falava besteira.
Conta na autobiografia que,
quando Ronaldo se recuperava de
uma de suas graves lesões no joelho, foi à casa do atacante e passou
uma tarde rezando com ele. "A
imprensa já falou alguma vez sobre isso?", questiona, culpando a
mídia pelas rusgas entre ele e craques que vieram depois.
Ontem, reiterou que nunca criticou o futebol do "Fenômeno".
"Não sei por que ele disse aquilo,
deve ter sido mal informado."
No livro, tenta explicar o mal-entendido: "Neste ano, na China,
um jornalista me perguntou se
Ronaldo recuperaria a forma para
a Copa. Eu disse que poderia. (...)
Ele teve problemas pessoais, como o fim do casamento. Quando
o foco de sua vida não é o futebol,
claro que isso vai afetar seu jogo.
Mas eu disse que essas coisas são
temporárias, que ele não havia
desaprendido a jogar e que deveria se recuperar a tempo".
Pelé também minimizou a relevância de Theo Walcott, o jovem
de 17 anos pré-convocado para a
seleção inglesa. "Ele nem jogou
pelo time dele [o Arsenal]. Em 58
[quando também tinha 17], eu já
tinha atuado muito pelo Santos."
Texto Anterior: Vôlei: Macerata vence e força 5º jogo decisivo no Italiano Próximo Texto: Motor - Fábio Seixas: A cara da Ferrari Índice
|