São Paulo, quarta-feira, 19 de maio de 2010

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TOSTÃO

Mestre dos pequenos espaços


Fernandão, por ser um jogador de pequenos espaços e de poucos lances, pode desaparecer em campo

CARLOS HEITOR Cony escreveu que no futebol "há uma poluição opinativa, sobretudo em tempo de Copa do Mundo".
Por causa disso, muitos não conseguem separar as coisas. Enfiam tudo no mesmo saco.
Os cinco times brasileiros que iniciaram a Libertadores estavam no mesmo nível. O Corinthians já saiu. Não foi porque planejou e contratou mal ou porque Mano Menezes cometeu vários erros. Em jogos equilibrados, mata-matas, não dá para dizer que um time perdeu ou ganhou por isso ou por aquilo. São muitos os fatores.
Depois que uma equipe vence, há sempre alguém para ditar regras, lançar livros sobre como vencer, como se fosse um sábio e como se houvesse uma única maneira de ganhar.
Assim como o São Paulo venceu no Mineirão, o Cruzeiro pode ganhar no Morumbi. Difícil é tirar a vantagem de dois gols. O Cruzeiro tem de iniciar a partida como se estivesse no segundo tempo, e o São Paulo terá também de tentar o gol, e não apenas se defender.
No Mineirão, com a escalação de três zagueiros, os alas do São Paulo marcaram mais à frente e impediram os avanços dos laterais do Cruzeiro, um dos pontos fortes do time.
Fernandão, de centroavante, deu o toque de criatividade que faltava ao ataque. Como é inteligente, muitos técnicos, erradamente, o escalaram de meia, longe do gol, como se centroavante fosse apenas para finalizar. Fazem o mesmo com os volantes habilidosos, ao colocá-los de meias ofensivos, como se volante fosse apenas para marcar.
Além de ser alto, ótimo cabeceador e de jogar com um ou dois toques, Fernandão é excepcional nos pequenos espaços e em poucos lances. Por outro lado, por ser lento e participar pouco do jogo, poderá, muitas vezes, sumir em campo.
Apesar da dificílima partida na Argentina, o Inter, pelo gol marcado e por não ter sofrido gol, tem boa chance de eliminar o Estudiantes. Já a situação do Flamengo é complicada. Não será surpresa se apenas um time brasileiro (São Paulo ou Cruzeiro) passar para a semifinal.
O fato iria contrariar a soberba brasileira de achar, antes da competição, que nossos times são muito superiores a todos os outros.
Há ainda duas equilibradas decisões na Copa do Brasil. Não dá para adivinhar quem fará a final.

Bom trabalho
Não entendi tantas críticas ao técnico Leonardo. Ele pegou um Milan desfigurado, lá atrás, e o time ficou em terceiro lugar, com vaga garantida na Copa dos Campeões da Europa. Além disso, Leonardo ajudou na recuperação de Ronaldinho, que Dunga não aproveitou.
Se Ganso ou Neymar tivessem feito o gol que Ronaldinho fez no final de semana, todos estariam fascinados com os dois excelentes jogadores do Santos.

Pensem na história
Na comemoração do título espanhol, todos os atletas do Barcelona vestiram uma camisa com os dizeres: "Não pensem em uma temporada, pensem na história". Por isso, jogar bonito e com eficiência, formar em casa a maioria dos jogadores, não poluir a camisa do clube com comerciais, pagar para usar o nome da Unicef e por ser mais que um clube, torço pelo Barcelona.


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