São Paulo, quarta-feira, 19 de junho de 2002

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TOSTÃO

As oito melhores do Mundial

As oito seleções classificadas para as quartas-de-final não são necessariamente as melhores. Foram melhores no momento.
Se daqui a um mês houvesse outro torneio, ou se a Copa fosse mais longa, algumas seleções mudariam de posição. Antes do Mundial, a Alemanha corria risco de não passar da primeira fase. Hoje, é uma das favoritas ao título.
A ascensão alemã foi resultado muito mais da queda de qualidade de outras equipes. A força coletiva, a tradição e a seriedade são os pontos fortes da Alemanha. Os destaques individuais são o goleiro Kahn e o armador ofensivo Ballack. O time joga com três zagueiros, dois alas, dois armadores e um outro na ligação com os dois atacantes.
Os EUA impressionam pela rapidez da evolução da equipe. Os jogadores fazem tudo certo. Têm boa estrutura tática, principalmente defensiva. Não cometem erro e têm boa técnica -conjunto de fundamentos básicos. Se tivessem criatividade e habilidade -uso da técnica diante de um obstáculo-, disputariam o título. Os EUA usam uma linha de três defensores. Tomam a bola com facilidade e saem em velocidade para o ataque.
A Espanha atua no 4-4-2 clássico, com quatro defensores, quatro no meio-campo e dois atacantes. Os quatro armadores atacam e defendem. Não há volantes apenas marcadores. O principal jogador do time é o atacante Raúl, com seus toques finos, precisos e belíssimos gols. A Espanha é candidata ao título, mas ainda não entusiasmou a torcida.
Senegal não era cotado para se classificar na primeira fase. Me surpreendeu. É um time forte na defesa. Atua com quatro zagueiros, outra linha de quatro armadores e um armador ofensivo na ligação com o único atacante, Diouf, craque do time.
O Japão foi eliminado pela Turquia. Os jogadores choraram em campo. Pena! Torci pelos japoneses. Eles jogaram com muito entusiasmo, mas somente isso não basta. Não tiveram tranquilidade e talento para vencer o jogo.
A modesta equipe da Turquia joga com três zagueiros, dois alas, dois volantes, dois meias ofensivos e apenas um atacante fixo. Os destaques do time são os habilidosos meias Hassan e Basturk.
A zebra continua solta. A Coréia do Sul eliminou a Itália. Além de bem organizado, os sul-coreanos correm demais. Marcam por pressão, tomam a bola com facilidade e partem em velocidade para o gol. O time joga com uma linha de quatro defensores.
A presença de equipes modestas nas quartas-de-final (EUA, Senegal, Turquia e Coréia) mostra que o futebol está equilibrado, avaliado tecnicamente para baixo e que, num torneio curto, um time pequeno pode surpreender e até ser campeão. Amanhã falo sobre Inglaterra e Brasil.

tostão.folha@uol.com.br



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