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TOSTÃO
As oito melhores do Mundial
As oito seleções classificadas para as quartas-de-final não são
necessariamente as melhores.
Foram melhores no momento.
Se daqui a um mês houvesse
outro torneio, ou se a Copa
fosse mais longa, algumas seleções mudariam de posição.
Antes do Mundial, a Alemanha corria risco de não passar
da primeira fase. Hoje, é uma
das favoritas ao título.
A ascensão alemã foi resultado muito mais da queda de
qualidade de outras equipes.
A força coletiva, a tradição e a
seriedade são os pontos fortes
da Alemanha. Os destaques
individuais são o goleiro
Kahn e o armador ofensivo
Ballack. O time joga com três
zagueiros, dois alas, dois armadores e um outro na ligação com os dois atacantes.
Os EUA impressionam pela
rapidez da evolução da equipe. Os jogadores fazem tudo
certo. Têm boa estrutura tática, principalmente defensiva.
Não cometem erro e têm boa
técnica -conjunto de fundamentos básicos. Se tivessem
criatividade e habilidade
-uso da técnica diante de um
obstáculo-, disputariam o título. Os EUA usam uma linha
de três defensores. Tomam a
bola com facilidade e saem em
velocidade para o ataque.
A Espanha atua no 4-4-2
clássico, com quatro defensores, quatro no meio-campo e
dois atacantes. Os quatro armadores atacam e defendem.
Não há volantes apenas marcadores. O principal jogador
do time é o atacante Raúl,
com seus toques finos, precisos
e belíssimos gols. A Espanha é
candidata ao título, mas ainda não entusiasmou a torcida.
Senegal não era cotado para
se classificar na primeira fase.
Me surpreendeu. É um time
forte na defesa. Atua com
quatro zagueiros, outra linha
de quatro armadores e um armador ofensivo na ligação
com o único atacante, Diouf,
craque do time.
O Japão foi eliminado pela
Turquia. Os jogadores choraram em campo. Pena! Torci
pelos japoneses. Eles jogaram
com muito entusiasmo, mas
somente isso não basta. Não
tiveram tranquilidade e talento para vencer o jogo.
A modesta equipe da Turquia joga com três zagueiros,
dois alas, dois volantes, dois
meias ofensivos e apenas um
atacante fixo. Os destaques do
time são os habilidosos meias
Hassan e Basturk.
A zebra continua solta. A
Coréia do Sul eliminou a Itália. Além de bem organizado,
os sul-coreanos correm demais. Marcam por pressão, tomam a bola com facilidade e
partem em velocidade para o
gol. O time joga com uma linha de quatro defensores.
A presença de equipes modestas nas quartas-de-final
(EUA, Senegal, Turquia e Coréia) mostra que o futebol está
equilibrado, avaliado tecnicamente para baixo e que, num
torneio curto, um time pequeno pode surpreender e até ser
campeão. Amanhã falo sobre
Inglaterra e Brasil.
tostão.folha@uol.com.br
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