|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Técnico usa imprensa para guerra de nervos
DOS ENVIADOS A HAMAMATSU
A guerra de nervos do treinador
Luiz Felipe Scolari com o adversário da próxima sexta-feira será via
imprensa, só que inglesa.
Em uma curta e grossa entrevista concedida a um grupo de jornalistas britânicos, ontem em Hamamatsu, onde a seleção brasileira está concentrada, o técnico fez
pouco caso da equipe liderada pelo meia David Beckham.
No total, foram quatro perguntas e quatro respostas secas, traduzidas por Ingo Ostrovsky, assessor de imprensa da Nike.
Questionado sobre a importância de enfrentar a Inglaterra em
uma Copa, Scolari foi duro: "Nada de especial, é um jogo como
outro qualquer, como foi contra a
China, contra a Costa Rica".
Antes, o treinador já havia minimizado a importância dos astros
do time inglês, que, além de Beckham, tem Owen e Campbell, ao
dizer que o forte do adversário do
Brasil era o conjunto.
Na terceira pergunta, Scolari foi
lacônico. Um jornalista quis saber
a opinião do técnico sobre a diferença entre a seleção brasileira de
1970, que bateu a Inglaterra por 1
a 0 em um jogo histórico, e o grupo atual. "São outros tempos, não
há comparação", afirmou.
A última questão soou como
um pedido de armistício: "O que
você achou de a Inglaterra ter desclassificado a Argentina?".
A resposta, no entanto, foi uma
declaração de guerra aos ingleses.
Scolari tomou as dores do maior
rival do Brasil e muito provavelmente da Inglaterra.
"Fiquei triste porque foi um sul-americano eliminado", afirmou o
treinador da seleção. Os ingleses
desistiram e foram embora.
O curioso é que antes de falar
aos jornalistas da Inglaterra, Scolari concedeu uma entrevista coletiva de quase uma hora à imprensa brasileira. E deu algumas
respostas completamente diferentes a questões quase idênticas
às formuladas pelos britânicos.
Disse que jogadores da qualidade de Beckham têm condições de
colocar a bola onde querem e
lembrou com certa dose de saudosismo a partida da Copa do
México, em 1970. "Tomara que a
gente consiga outra vitória."
Nos clubes por onde passou,
Scolari sempre utilizou a imprensa para motivar seus jogadores e
irritar os adversários. Os episódios clássicos dessa história são os
confrontos entre Palmeiras, time
dirigido por ele, e Corinthians pela Taça Libertadores da América.
Afora as provocações, entre as
maiores preocupações do técnico
para a partida está o condicionamento físico. O brasileiro acha
que a Inglaterra leva vantagem
por ter jogado pelas oitavas-de-final 48 horas antes. "Fisicamente
eles estão muito bem preparados", disse Scolari.
Paulo Paixão, preparador do time, afirmou que somente com
muito descanso os jogadores do
Brasil poderão entrar em campo
na sexta-feira em plenas condições.
(FV, FM, JAB E SR)
Texto Anterior: Brasil: Seleção deve ter, pela quinta vez, uma escalação diferente Próximo Texto: Pingue-Pongue: "Não vejo fosso entre a defesa e o ataque", diz Scolari Índice
|