|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ATENAS 2004
Investigada por agência dos EUA, Marion Jones diz que passou por detector para provar que nunca se dopou
Estrela do atletismo faz teste da mentira
DA REPORTAGEM LOCAL
Investigada pela Usada (agência antidoping dos EUA) e com
risco de ser impedida de competir
em Atenas, a estrela do atletismo
americano Marion Jones disse ter
se submetido a um exame particular em um detector de mentira.
A ação foi mais uma tentativa da
atleta, dona de cinco medalhas
em Sydney-2000, de dissipar as
suspeita de seu envolvimento
com o laboratório Balco, que produzia o esteróide sintético THG,
que só começou a ser detectado
em exames no ano passado.
Na última terça, a corredora já
havia pedido uma audiência pública para responder aos novos
questionamentos da Usada.
O presidente da Agência Mundial Antidoping, Dick Pound,
chamou a atitude de "performance teatral" e a acusou de tentar
evitar os procedimentos de um
depoimento referente a doping.
Segundo Joseph Burton, advogado de Marion Jones, os resultados do teste serão encaminhados
ao diretor de assuntos jurídicos
da Usada, Travis T. Tygart.
"Os resultados são a mais ampla
razão para encerrar o assunto e
inocentar Marion Jones", disse.
Burton explicou que o exame
consistiu de duas perguntas: "Você já usou substâncias proibidas
para melhorar sua performance?"
e "Você está mentindo sobre o
uso de substâncias proibidas para
a melhora da performance?".
Marion Jones teria respondido
"não" às duas questões e passado
no teste, conduzido por um ex-agente do FBI, de acordo com o
advogado da corredora, que busca vaga olímpica na seletiva americana, a partir do dia 9 de julho.
"Se houver justiça, o assunto deve acabar agora", disse ele.
Rich Wanninger, porta-voz da
Usada, disse que a agência não comenta casos específicos, mas que
"toda informação confiável receberá a consideração apropriada".
Legalmente, detector de mentira
não é um instrumento confiável.
Marion Jones nunca teve um
exame antidoping positivo, mas
isso não impede que ela seja punida se forem encontradas provas
de uso de substâncias proibidas.
No mês passado, sua compatriota Kelli White, campeã dos 100
m e 200 m no Mundial de Paris-2003, foi a primeira atleta a ser punida sem uma amostra positiva.
White reconheceu culpa, foi
suspensa por dois anos e teve os
seus resultados cassados a partir
do dia 15 de dezembro de 2000.
A punição da mulher mais rápida do último Mundial escancarou
um novo paradigma para os casos
de doping ocorridos nos EUA.
Existe no país uma disposição
em mandar um time limpo para
Atenas. Até o presidente George
W. Bush já atacou o uso de drogas
no esporte. Sancionada pela Casa
Branca, a Usada passou a liderar
uma cruzada inédita contra atletas e técnicos suspeitos.
O caso Balco, estopim da polêmica atual, atinge principalmente
o atletismo, carro-chefe das medalhas do país. Com a situação
atual, o Comitê Olímpico dos
EUA já baixou sua previsão para
Atenas. A meta, originalmente de
110 ouros, caiu para cem e pode
diminuir ainda mais até agosto.
Tim Montgomery, recordista
mundial dos 100 m e marido de
Marion Jones, já responde a processo por doping da Usada, assim
como outros quatro atletas.
Com agências internacionais
Texto Anterior: O que ver na TV Próximo Texto: Vôlei: Maurício faz 1º jogo como titular na Liga Índice
|