São Paulo, segunda-feira, 19 de junho de 2006

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Parreira faz mistério sobre quarteto

Treinador não garante a continuidade do esquema nas oitavas-de-final, pois diz querer um "time com saúde" em campo

Apesar de considerar que Ronaldo tem condições de atuar 70 minutos, técnico o assegura no jogo contra o Japão para que pegue ritmo

DOS ENVIADOS A MUNIQUE

Carlos Alberto Parreira viu ontem a seleção brasileira bem contra a Austrália. Mas, nos seus planos futuros, ele não mostrou a mesma convicção sobre o desempenho do time.
Questionado se o quarteto será mantido para as oitavas-de-final, o treinador nacional titubeou. "Não sei. Quero um time com saúde", disse, de forma enigmática.
O treinador sempre deixou claro que poderia mudar o esquema durante a Copa da Alemanha. Mas, até ontem, mostrava-se firme na aposta da fórmula com Kaká, Ronaldinho, Adriano e Ronaldo escalados simultaneamente, usada desde o ano passado.
Dos quatro, aliás, o único com presença garantida no jogo contra o Japão, na quinta-feira, é Ronaldo, o mais contestado do quarteto.
"O Ronaldo pode jogar hoje 65 ou 70 minutos. Ele precisa de ritmo. Necessita jogar. Sua recuperação será passo a passo", disse o treinador, que vai consultar antes o departamento médico para escalar o restante do time que enfrenta os japoneses na terceira rodada.
O médico José Luiz Runco disse que três jogadores levaram pancadas (Lúcio, Kaká e Ronaldo) e precisam de melhor avaliação, mas nenhum deles deve ser problema para o confronto em que o time de Zico, que ontem empatou com a Croácia, tem sua última chance de conseguir a classificação.
Parreira ainda tem quatro jogadores pendurados por amarelos -Cafu, Emerson, Ronaldo e Robinho. Uma nova advertência para eles contra o Japão significa desfalque nas oitavas.
Para justificar a dificuldade da sua seleção em furar o bloqueio australiano, Parreira adotou o discurso que usa desde que assumiu o time.
"Contra o Brasil todo mundo joga diferente [na defesa]. O jogo muda, fica cadenciado", falou o treinador, que viu a Austrália finalizar nada menos do que 15 vezes contra a meta defendida por Dida.
Parreira fez questão de dizer que não seguiu a cartilha de muitos treinadores, que trocam um atacante por um jogador mais defensivo quando têm vantagem de apenas um gol. "Não tive a preocupação de colocar um meia", disse ao comentar a troca de Adriano por Fred aos 43min do segundo tempo do jogo de ontem.
O comandante do time nacional não quis comparar também as performances de Robinho e Ronaldo. "É diferente começar a partida e jogar por apenas 20 minutos. Quando o Robinho entrou, a Austrália tinha três atacantes. E ele encontrou muito espaço."
Com a vaga garantida, o Brasil vai ter que esperar a definição do Grupo E para conhecer o seu adversário. E os quatro times da chave (Itália, República Tcheca, Gana e Estados Unidos) podem ainda ser o rival nas oitavas-de-final.
"Sinceramente, quem quer ser campeão não pode escolher adversário", disse Parreira, que já elogiou várias vezes o futebol de italianos e tchecos.
Se terminar em primeiro (o que acontece com um empate diante do Japão para não depender do resultado de Austrália x Croácia), o Brasil joga pelas oitavas-de-final em Dortmund (local também do jogo contra o Japão) no dia 27.
(FÁBIO VICTOR, GUILHERME ROSEGUINI, PAULO COBOS, RICARDO PERRONE E SÉRGIO RANGEL)

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