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Parreira faz mistério sobre quarteto
Treinador não garante a continuidade do esquema nas oitavas-de-final, pois diz querer um "time com saúde" em campo
Apesar de considerar que Ronaldo tem condições de atuar 70 minutos, técnico o assegura no jogo contra o Japão para que pegue ritmo
DOS ENVIADOS A MUNIQUE
Carlos Alberto Parreira viu
ontem a seleção brasileira bem
contra a Austrália. Mas, nos
seus planos futuros, ele não
mostrou a mesma convicção
sobre o desempenho do time.
Questionado se o quarteto
será mantido para as oitavas-de-final, o treinador nacional
titubeou. "Não sei. Quero um
time com saúde", disse, de forma enigmática.
O treinador sempre deixou
claro que poderia mudar o esquema durante a Copa da Alemanha. Mas, até ontem, mostrava-se firme na aposta da fórmula com Kaká, Ronaldinho,
Adriano e Ronaldo escalados
simultaneamente, usada desde
o ano passado.
Dos quatro, aliás, o único
com presença garantida no jogo contra o Japão, na quinta-feira, é Ronaldo, o mais contestado do quarteto.
"O Ronaldo pode jogar hoje
65 ou 70 minutos. Ele precisa
de ritmo. Necessita jogar. Sua
recuperação será passo a passo", disse o treinador, que vai
consultar antes o departamento médico para escalar o restante do time que enfrenta os
japoneses na terceira rodada.
O médico José Luiz Runco
disse que três jogadores levaram pancadas (Lúcio, Kaká e
Ronaldo) e precisam de melhor
avaliação, mas nenhum deles
deve ser problema para o confronto em que o time de Zico,
que ontem empatou com a
Croácia, tem sua última chance
de conseguir a classificação.
Parreira ainda tem quatro jogadores pendurados por amarelos -Cafu, Emerson, Ronaldo e Robinho. Uma nova advertência para eles contra o Japão
significa desfalque nas oitavas.
Para justificar a dificuldade
da sua seleção em furar o bloqueio australiano, Parreira
adotou o discurso que usa desde que assumiu o time.
"Contra o Brasil todo mundo
joga diferente [na defesa]. O jogo muda, fica cadenciado", falou o treinador, que viu a Austrália finalizar nada menos do
que 15 vezes contra a meta defendida por Dida.
Parreira fez questão de dizer
que não seguiu a cartilha de
muitos treinadores, que trocam um atacante por um jogador mais defensivo quando têm
vantagem de apenas um gol.
"Não tive a preocupação de colocar um meia", disse ao comentar a troca de Adriano por
Fred aos 43min do segundo
tempo do jogo de ontem.
O comandante do time nacional não quis comparar também as performances de Robinho e Ronaldo. "É diferente começar a partida e jogar por apenas 20 minutos. Quando o Robinho entrou, a Austrália tinha
três atacantes. E ele encontrou
muito espaço."
Com a vaga garantida, o Brasil vai ter que esperar a definição do Grupo E para conhecer o
seu adversário. E os quatro times da chave (Itália, República
Tcheca, Gana e Estados Unidos) podem ainda ser o rival
nas oitavas-de-final.
"Sinceramente, quem quer
ser campeão não pode escolher
adversário", disse Parreira, que
já elogiou várias vezes o futebol
de italianos e tchecos.
Se terminar em primeiro (o
que acontece com um empate
diante do Japão para não depender do resultado de Austrália x Croácia), o Brasil joga pelas oitavas-de-final em Dortmund (local também do jogo
contra o Japão) no dia 27.
(FÁBIO VICTOR, GUILHERME ROSEGUINI, PAULO COBOS, RICARDO PERRONE E SÉRGIO RANGEL)
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